Polícia e Procon farão treinamento para identificar bebida adulterada
Segundo associação do setor, 1,3 milhão de garrafas de bebidas alcoólicas provenientes do mercado ilegal foram apreendidas entre 2020 e 2023
Entre 2020 e 2023, 1,3 milhão de garrafas de bebidas alcoólicas provenientes do mercado ilegal foram apreendidas em 332 operações políciais, segundo a Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE). No período, estimasse que a venda ilegal de bebidas causou mais de R$ 5 bilhões aos cofres públicos. Devido ao grande volume de apreensões, profissionais da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e PROCONS estão passando por treinamentos específicos com especialistas para identificar a produção e comércio de bebidas adulteradas.
Em Ribeirão Preto, no passado, a Polícia Civil fechou uma central que adulterava rótulos de cervejas no Jardim Salgado Filho e prendeu 12 pessoas em flagrante. Segundo a polícia, o grupo usava cervejas de menor preço e colocavam em garrafas com rótulos de maior valor agradado. Foram apreendidas na ocasião cerca de 600 caixas com 12 mil garrafas cheias.
"Nosso papel como entidade setorial é fornecer informação de apoio à inteligência das frentes de repressão contra o crime organizado envolvendo bebidas alcoólicas. Conseguimos enxergar na prática os efeitos positivos desta cooperação, e no final do dia garantiu-se a segurança dos consumidores", afirma Cristiane Foja, presidente-executiva da ABRABE.
Em junho, o treinamento especializado para o reconhecimento de bebidas falsificadas, descaminhadas e fora da conformidade contou com a participação de 35 policiais civis de diversas delegacias do Paraná. Nos próximos meses, profissionais de outros estados devem passar pelo treinamento que prevê ainda operações de fiscalização em várias adegas, distribuidoras e restaurantes. Na atividade realizada na capital paranaense, 107 garrafas de vinhos que teriam entrado no país sem o pagamento adequado de tributos foram apreendidas.
Segundo a ABRABE, vinhos adquiridos de forma irregular são frequentemente transportados em condições inadequadas, com variações de temperatura e choques entre as garrafas, o que os torna impróprios para consumo e aumenta o risco de falsificação.
Dicas para os consumidores
Escolher canais de venda de confiança, desconfiar de preços muito abaixo da média de mercado, verificar se o contrarrótulo está em português e se possui o registro do MAPA ou, ainda, se embalagem está em boas condições e se o lacre não apresenta nenhum sinal de violação, são algumas dicas de Cristiane para evitar o consumo de bebida adulterada ou falsificada.
Denúncias podem ser feitas pelo email da ABRABE ([email protected]) ou pelos canais oficiais do Procon (3605-3310 - Whatsapp ou 151 - telefone).
Foto: Divulgação/ABRABE
