Polícia prende nove pessoas suspeitas de ataque a transportadora de valores
Os suspeitos serão encaminhados ao sistema prisional ainda nesta segunda-feira, 25, em Ribeirão Preto
Em uma operação intitulada de “Piratas do Caribe”, a Polícia Civil de Ribeirão Preto, em conjunto com as delegacias seccionais de Campinas e Americana, no Estado de São Paulo, prendeu nove pessoas. Um décimo envolvido está foragido da justiça.
A ação cumpriu 10 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão com o objetivo de deter integrantes da associação criminosa que tentou roubar a empresa Brinks, em outubro de 2018. Dos nove detidos, quatro pessoas eram de Ribeirão Preto, um de Pradópolis, na região, e os demais de Campinas e Hortolândia.
O Delegado da Polícia do Centro de Inteligência, Gustavo André Alves, informou que a investigação continua em busca dos demais envolvidos, mas que é um trabalho que leva tempo, pois a quadrilha se preparou por pelo menos seis meses e era bem estruturada, para dificultar ao máximo o trabalho da polícia.
“Foi uma ação muito bem planejada de um grupo articulado, divido em células e núcleos para dificultar que a investigação se prendesse a alguém e permitir que a polícia chegasse a outros. Nós vamos continuar. Não descartamos a possibilidade de funcionários envolvidos, pois pela análise do material descobrimos que eles tinham conhecimento sobre detalhes internos da empresa”, contou o delegado.
Dificuldade para a Polícia
O Delegado Alvez explicou que dentre os noves presos, a polícia identificou a maneira como cada um agiu no processo de desenvolvimento e no dia do crime. Um exemplo é que entre um dos presos nesta manhã, um homem tentou atrapalhar e enganar os policias. “No dia da tentativa de assalto, dentro de um dos carros apreendidos havia cabelos de pessoas. Um dos presos nesta data foi o responsável por deixar aqueles rastros. Durante um período, ele trabalhou como pedreiro em um salão de beleza, onde furtou alguns tufos de cabelos. Com isso, ele implantou esse material de pessoas aleatórias para direcionar a investigação para um caminho errado e a pessoas inocentes”.
Os presos na região foram identificados como os que estudaram e analisaram a cidade. Estes faziam o monitoramento da empresa e da própria polícia. A informação é de que todas as descobertas serão utilizadas para coibir novas ações criminosas, o que já foi feito. O material será compartilhado com a polícia de todo estado e assim, todos terão uma base de como enfrentar, investigar ou evitar qualquer ação semelhante à ocorrida em Ribeirão Preto.
Alves disse que o assaltou falhou, pois as questões de segurança e o enfrentamento da Polícia Militar atrapalhar na ação. “Eles tiveram diversas dificuldades em razão da Polícia Militar e da empresa e tudo isso levou até o amanhecer do dia, quando os bandidos perdiam o fator surpresa. Por conta disso, eles optaram por fugir. Toda a investigação tem sido realizada em Ribeirão Preto. As demais regiões têm auxiliado apenas com as prisões”.
Relação entre crimes
Em um período de dois anos e três meses, dois casos semelhantes ocorreram em Ribeirão Preto. Em julho de 2016, a transportadora de valores Prosegur passou por uma ação parecida, mas esta teve milhões de reais roubados. Da mesma forma, em um ato parecido, os suspeitos agiram contra a Brinks em outubro de 2018.
“Nós imaginamos que algumas pessoas possam estar envolvidas em ambos os casos. Entretanto, a dificuldade é que houve um espaçamento de tempo. Com o passar dos anos, as provas vão se distanciando. Temos informes de que possam estar envolvidos, mas a gente ainda não conseguiu concretizar o fato” concluiu o Delegado.
Os presos nesta manhã vão responder por organização criminosa, latrocínio tentado, explosão, além de crimes específicos que cada um tenha praticado, como uso de arma restrita, tráfico de drogas, adulteração e receptação de veículos, por exemplo.
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Fotos: Pedro Gomes
