Por dia, 32 mães “nascem” em Ribeirão Preto
Sônia (à dir.) com as filhas Nicolly, Gabriela e Tainá: "Amo minhas filhas e tenho muito orgulho e gratidão."

Por dia, 32 mães “nascem” em Ribeirão Preto

Na última década, 129 mil mulheres se tornaram mães pela primeira vez na cidade

Ribeirão Preto ganhou 129.576 mães de primeira viagem nos últimos dez anos. Entre 2008 e 2018, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, por dia, 32 mulheres tiveram o primeiro filho e descobriram o universo da maternidade. Mulheres como a empresária Elen Cristina Leal, 36 anos, que teve o primeiro filho, o Victor, em junho de 2010. “Sempre quis ser mãe, mas achei que não conseguiria ou que teria dificuldades, pois tive ovário policístico. No mês seguinte que casei, descobri que estava grávida. Não foi planejado, mas foi muito desejado. Tudo depois que me tornei mãe mudou, eu mudei como pessoa e passei a enxergar a vida com outros olhos”, conta. Depois do Victor, Elen também teve a Maria Eduarda, em 2014 e, neste ano, a Laura. “Ser mãe é maravilhoso, único, louco, mágico e encantador”Elen, que ainda estava grávida da Laura, com os filhos Victor e Maria Eduarda: "Ser mãe é maravilhoso!"

Em dez anos, a vida da empresária mudou, assim como a sociedade. Em Ribeirão Preto, a população cresceu 20% e a configuração dos lares também se transformou, com as mulheres –e mães– ganhando ainda mais protagonismo, segundo os dados do último Censo. Nos anos 2000, por exemplo, as mulheres que eram responsáveis pela casa representavam 26% dos lares ribeirãopretanos, na década seguinte, esse índice saltou para 40%. A maioria delas, mãe de pelo menos dois filhos.

Como a cozinheira Maria Sônia Matos, 47 anos, que até 2004, era mãe da Gabriela, hoje com 29, e da Tainá, que tem 24 anos. Após uma década do nascimento da filha do meio, ela descobriu que estava grávida de novo, da Nicolly. “Foi uma surpresa e um susto grande. Porque não tinha nada planejado e estava, inclusive, aguardando para fazer uma laqueadura. Mas, mesmo com as dificuldades pela diferença de tempo, e pela idade, foi maravilhoso”, conta.

Sônia também destaca a diferença na criação das filhas nesse intervalo de dez anos. “Foi muito diferente. A questão da tecnologia é uma das que mais pesa. Celular, internet, é muita informação a toda hora. Ao mesmo tempo que ajuda a gente a acompanhar e estar mais perto, também atrapalha em alguns pontos da educação”, conta.

Para ela, o principal desafio de ser mãe no século XXI é dizer não. “Sempre é muito difícil ter de dizer não aos filhos, e hoje tem ainda mais barreiras. Mas, eu amo ser mãe e amo muito minhas filhas. Mesmo com formas de criação diferentes, todas têm saúde e sou muito grata. Tenho muito orgulho delas!”

Orgulho e gratidão também descreve a experiência da maternidade para a empresária Luana Helena Dutra da Silva Tiberio, de 37 anos. Mãe pela primeira vez em 2003, da Mariah, ela esperou mais de uma década para realizar de novo o sonho da maternidade, quando o Romeu, hoje com 2 anos, nasceu. “Tivemos 13 longos anos de projetos que foram interrompidos por conta de meu marido ter sido mandado embora, por conta de trocar de carro, crises financeiras e, quando a médica disse que meu tempo estava se esgotando, nada disso mais tinha importância”, conta.

Luana (à esq) com os filhos Romeu e Mariah:  “Meus presentes, com certeza, são eles"

Luana explica que tem um problema genético no sangue, que coagula, e por isso teve uma gravidez interrompida há seis anos. Quando finalmente Romeu chegou, Luana percebeu que as mudanças foram muitas. “Não só pela distância de tempo, mas por conta de serem bebês de sexo diferente. No dia a dia, sentimos muito o desenvolvimento dele que é avançado em relação a ela, não só pelo uso de celulares e de tabletes, mas por conta dele ter a companhia da irmã, de 15 anos”, conta.

Ainda segundo ela, por conta da idade, o ritmo pra acompanhar não é o mesmo, mas é possível curtir muito mais cada novidade do pequeno. “Quanto às mudanças na educação, eu sinto muito mais na minha adolescente do que no meu bebê. Parece que perdemos para os computadores, meu marido fala que estamos na guerra contra a tecnologia e parece ser verdade”, conta. “Meus presentes com certeza são eles. Ela foi meu primeiro grande presente e foi tão especial que só arrumei o segundo por insistência dela, que pedia muito um irmão.”
Ingrid Borges Valdevite se tornou mãe há um mês
Para Ingrid Borges Valdevite, 26 anos, que se tornou mãe há um mês, com o nascimento de Ronny, a experiência da maternidade é única. "É um turbilhão de sentimentos, desde o resultado positivo, e nunca mais para! No começo, é medo e ansiedade, com o passar das semanas vem um amor e um carinho que você não sabe de onde que sai. E quando nasce, o medo volta, mas acompanhado de orgulho e admiração porque você conseguiu, ele veio ao mundo saudável e forte. O medo do novo continua ali, mas agora temos uma vida nas nossas mãos, sob nossa responsabilidade, e você se cobra 24 horas: amamentação, ganho de peso do bebê, banho, troca de fralda, cólicas... Mas existe o famoso instinto maternal. Ser mãe é algo muito especial e magnífico, não é fácil e nem tranquilo, mas o retorno que temos diário supera qualquer transtorno!"


Fotos: Arquivo Pessoal

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