Prefeitura de Ribeirão Preto pode atrasar salários de servidores em janeiro de 2019
O secretário da Fazenda de Ribeirão Preto, Manoel Gonçalves, diz que o município tem passado por dificuldades financeiras

Prefeitura de Ribeirão Preto pode atrasar salários de servidores em janeiro de 2019

Secretaria da Fazenda espera pela antecipação dos pagamentos do IPTU para evitar a situação

A Prefeitura de Ribeirão Preto pode atrasar o salário dos servidores públicos municipais no começo de janeiro de 2019 e não depositar a remuneração no 5º dia útil do mês. A data é utilizada para o pagamento desde o início do mandato do prefeito Duarte Nogueira (PSDB). De acordo com a administração municipal, a quitação dos vencimentos no dia proposto depende do fluxo do caixa do município.

Segundo o secretário municipal da Fazenda, Manoel Gonçalves, só haverá a garantia de que os salários serão pagos no 5º dia útil caso haja antecipação dos pagamentos à vista do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), que poderão ser feitos até o dia 11 de janeiro de 2019. Quem adiantar a quitação do tributo dessa forma terá desconto de 10% no valor.

“Dependemos do fluxo de pagamento, porque a liquidação à vista do IPTU acontece apenas no dia 11. Se houver antecipação desse pagamento, nós não teremos problema. Senão, teremos algum atraso. Corremos o risco, vai depender do fluxo financeiro que teremos no início de janeiro”, explica o secretário, que acredita que a situação ficará mais tranquila com o recolhimento dos tributos municipais.

Os carnês do IPTU 2019 começam a ser distribuídos para os moradores nesta semana. O reajuste do imposto para o próximo ano será de 3,56%, conforme a inflação auferida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Apesar de prever um possível atraso do pagamento dos servidores municipais em janeiro, Gonçalves diz que a prefeitura vai cumprir o cronograma do 13º salário aos funcionários, que deve ser quitado até esta quinta-feira, 20. “Com muita dificuldade, mas estamos cumprindo”, conclui.

Mudança na LRF não afeta Ribeirão

Apesar de passar por dificuldades com o fluxo de caixa, a Secretaria da Fazenda acredita que os encargos estão controlados e, desta maneira, o município passa longe do risco de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que determina que os gastos com o pessoal devem estar limitados a 54% do orçamento do Executivo municipal.

Esse é um problema enfrentado por diversas cidades brasileiras, tanto que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), sancionou, na terça-feira, 18, enquanto presidente da República em exercício – já que Michel Temer (MDB) estava em viagem internacional – a flexibilização da LRF, permitindo que municípios ultrapassem o limite de gastos com funcionários, sem que haja punição em casos de queda na receita.

Para Manoel Gonçalves, a iniciativa não afeta Ribeirão Preto. “Ela não atende bem Ribeirão Preto. É quase feita para o Rio de Janeiro. Serve mais para aqueles municípios que têm royalties do petróleo e perderam, porque houve uma queda de receita violenta. Ribeirão, não, pois não temos dependência de um produto. Nós, ainda, não estamos nesta situação. Ela não é tranquila, mas é uma situação sustentável”, comenta o secretário.

De acordo com o Portal da Transparência, Ribeirão Preto estava dentro do limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal no segundo quadrimestre do ano – último parecer disponível: os gastos da administração atingiam 52,9%, superando o limite prudencial, que é de 51,3%.


Foto: Arquivo Revide

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