Prefeitura envia laudo incompleto ao Condephaat

Prefeitura envia laudo incompleto ao Condephaat

Laudo feito pela empresa EEG, a pedido da prefeitura, analisou somente o fluxo na Rua Florêncio de Abreu, em frente à Catedral Metropolitana

O laudo técnico emitido pela empresa EEG, solicitado pela Prefeitura de Ribeirão Preto, que averigua as vibrações geradas pelo tráfego de veículos no entorno da Catedral Metropolitana, analisou apenas a Rua Florêncio de Abreu. Segundo o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), seria necessário laudo que analisasse o impacto de todas as cinco plataformas da Praça das Bandeiras. O documento encaminhado pela Administração Municipal não contempla toda a obra e não deve atender à determinação do Conselho.

Em nota, a assessoria de imprensa do Condephaat informou que o projeto é analisado como um todo. Declarou, ainda, ser improcedente a informação de que parte da obra já pode ser executada – conforme anunciou a prefeita Dárcy Vera (PSD) nesta quarta-feira, 9.

“A execução de qualquer parte da obra de substituição dos abrigos nas paradas de ônibus na Praça das Bandeiras, no município de Ribeirão Preto, está condicionada à apresentação de um laudo técnico que comprove que o tráfego de veículos pesados (ônibus) não é foco de vibração excessiva que comprometa a estrutura da Catedral de São Sebastião, bem tombado pelo Condephaat”, informou.

Questionada, a Prefeitura encaminhou informação divergente e alegou que “a solicitação do Condephaat foi que fosse apresentado um laudo da rua Florêncio de Abreu, o que foi feito”, afirmou por meio da Coordenadoria de Comunicação Social da prefeitura.

Apesar disso, a chefe do executivo anunciou que a primeira plataforma será instalada na Rua Visconde de Inhaúma em breve, pois entende que o Condephaat já deu o aval para a obra.

O relatório técnico de análise das vibrações foi protocolado pela Prefeitura de Ribeirão Preto junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo no dia 21 de maio deste ano e nele a empresa EEG afirma que o trânsito de veículos pesados não apresenta risco à Catedral, contrariando o laudo emitido pela Falcão Bauer, a pedido pela igreja.

O órgão estadual ainda não emitiu parecer, pois ouvirá na próxima semana o padre Francisco Jaber Zanardo Moussa, pároco titular da Catedral, também conhecido como padre “Chico”, e vereadores.

O intuito do estudo solicitado pelo Condephaat é comprovar que as obras não oferecerão risco à estrutura da Catedral Metropolitana e confrontar um laudo emitido em 2013 pela empresa Falcão Bauer. Naquela ocasião, constatou-se que o trânsito de veículos pesados no local apresenta risco à edificação da Catedral Metropolitana. No entanto, o laudo solicitado pela prefeitura e elaborado pela empresa EEG analisou somente a interferência do trânsito na Rua Florêncio de Abreu e não as ruas do entorno da Praça das Bandeiras.

Por outro lado, a informação divulgada pela assessoria de imprensa do órgão estadual de proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural é de que a prefeitura de Ribeirão Preto não pode dar início à parte das obras e de que o laudo apresentado deve contemplar toda a obra e não somente uma rua.

Revide Online
Bruno Silva
Fotos: Arquivo Revide

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