Prefeitura faz reintegração de posse no Rubem Cione
Famílias saíram pacificamente e habitações improvisadas foram destruídas; Administração Municipal ofereceu abrigo temporário na Cetrem
Com a ajuda da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal, está sendo cumprida na manhã desta terça-feira a reintegração de posse determinada pela Justiça do parque Rubem Cione, no Jardim Paiva, Zona Oeste de Ribeirão Preto.
Segundo um dos ex-moradores do local, o pedreiro Jonas Teixeira Paiva, ainda tinham barraco na área 22 famílias, mas o secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior, o oficial de justiça encontrou 12 famílias no local, contra 30 informadas anteriormente.
A desocupação aconteceu de forma negociada e sem resistência. A Prefeitura ofereceu abrigo temporário na Central de Triagem e Encaminhamento ao Migante (Cetrem), até que as famílias consigam um lugar definitivo para morar.
Jonas Paiva disse que não irá para a Cetrem. “Não conheço lá e nem quero conhecer. Não vou para lá. Também não quero discussão com a polícia, porque não resolve e fica até pior depois”, disse.
O pedreiro informou que veio do Maranhão para Ribeirão Preto na esperança de melhorar de vida. E que um conhecido dele veio para a cidade, trabalhou e em um ano já tinha um carro.
“Disseram para mim que era bom e que a Prefeitura dava casa. Por isso eu vim. Mas não tenho casa e não consigo pagar aluguel, porque só agora consegui emprego”, apontou.
O secretário Luchesi Júnior afirmou que ninguém fica prometendo casas populares. “São pessoas que plantam informações inverídicas. Empresários que precisam de mão de obra”, comentou.
Obras
Criado em 2007, o parque Rubem cione não chegou a sair do papel. Ainda em 2008 aconteceu a inauguração de um portal de entrada na área, pela administração do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB), mas a obra não chegou a ser concluída. O local também foi cercado por alambrado, já quase totalmente destruído.
A Prefeitura deve iniciar nos próximos 15 dias as obras de construção de calçada, estacionamento e gradil no local, ao custo de R$ 1,2 milhão. A empresa Engetela Comércio e Serviços Eireli venceu a licitação. “Já enviamos os documentos para São Paulo e devemos iniciar as obras em breve”, disse Layr Luchesi.
Duas empresas já trabalharam na construção do Parque, mas abandonaram as obras sob a alegação de que estavam sendo vítimas de roubos e furtos no canteiro de obras. A urbanização do Parque será feita por meio de convênio entre a Prefeitura e o governo estadual, que deve liberar, para as primeiras obras, R$ 1,09 milhão.
Veja a demolição de uma das residências do local:
Fotos: Guto Silveira