Prefeitura questiona laudo apresentado pela Catedral
Primeira plataforma a ser construída fica na Rua Visconde de Inhaúma

Prefeitura questiona laudo apresentado pela Catedral

Obras de estação começam nesta terça-feira, 17; Se rachaduras aparecerem, igreja deve ser interditada

No anúncio de início das obras, nesta segunda-feira, 16, o secretário municipal de Obras Públicas, Abranche Fuad Abdo, informou que os laudos técnicos apresentados por representantes da igreja não condizem com a proposta da prefeitura, pois esses laudos supostamente informariam que dobrará a quantidade de ônibus na região, o que de acordo com ele não é verdade.

O secretário também afirmou que problema de rachaduras na estrutura da igreja não é de responsabilidade da prefeitura, já que a Catedral é um imóvel particular, e que caso a igreja apresente as rachaduras, a administração municipal deverá interditar a Catedral, porque as obras de manutenção “são de inteira responsabilidade dos donos do imóvel”.

Para a construção das coberturas, será necessária  a troca de toda infraestrutura subterrânea do local, como galerias de água e esgoto, “que devem ter por volta de 100 anos, e esta é a mesma situação que enfrentamos nas obras do calçadão. Tudo isso está no laudo que a prefeitura preparou, e disso o que menos importa são as vibrações”, afirmou Abranche.

As obras de construção da estação de ônibus na praça das bandeiras, próximo à Catedral de Ribeirão Preto devem começar já nesta terça feira, 17. Foi o que prometeu a prefeita Dárcy Vera (PSD) após a liberação pelo Condephaat pelas obras.

Depois de cinco meses de impasse, desde que a obra foi suspensa pelo órgão, os trabalhos de implantação de coberturas de vidro já devem começar nesta terça. De acordo com a prefeitura, os laudos mostram que a vibração no local devido ao tráfego de veículos pesados representa apenas 1/6 do recomendado pelas normas internacionais, que é de 3 milímetros por metro.

Cada uma das novas plataformas na Praça das Bandeiras devem custar R$ 1 milhão. Além da plataforma na Rua Visconde de Inhaúma, que já deve ter início nesta terça-feira, as plataformas da Rua Américo Brasiliense ainda aguardam a conclusão do projeto por parte da Transerp. Já as da Rua Florêncio de Abreu estão suspensas pelo Condephaat até que representantes da Catedral apresentem laudos que provem o excesso de vibrações.

“Não é nenhuma estrutura gigantesca, então a população ainda vai entender isso, e criará um movimento a favor da construção. O importante é que não vai ser alterado o fluxo de veículos e de ônibus, o que não prejudicará a população”, disse a prefeita.

O Padre Francisco Jaber Moussa, pároco da Catedral, não esteve presente no anúncio de início das obras e não foi encontrado para comentar as declarações da prefeitura. O vereador Rodrigo Simões (PDT), que presidiu uma Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara para analisar as construções, cujo laudo registrou que as edificações poderiam ampliar o problema de rachaduras da catedral, lamentou a decisão.

“Tenho a lamentar que mais uma vez o Condephaat toma uma atitude política, que mal esperou o posicionamento técnico da Catedral, que aguardava mais um laudo. A luta da Catedral continua e vai cobrar do Condephaat a responsabilidade pela liberação”, disse Simões.

 


Foto: Arquivo Revide

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