Presidente da Cohab-RP escapa da primeira denúncia do MPF no caso Rodoanel
Nilson Baroni era diretor de operações da Dersa na época dos contratos

Presidente da Cohab-RP escapa da primeira denúncia do MPF no caso Rodoanel

Casa de Nilson Baroni foi alvo de mandado de busca e apreensão em investigação sobre superfaturamento de obras do Rodoanel

O nome do presidente da Companhia Habitacional de Ribeirão Preto (Cohab-RP), Nilson Baroni, não está entre os 14 na primeira denúncia realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) em decorrência da Operação Pedra No Caminho que investiga fraudes em licitações do Rodoanel Norte.

A casa em que o presidente da Cohab-RP vive, na Zona Leste de Ribeirão Preto, foi alvo de um mandado de busca e apreensão no dia 21 de junho. Na ocasião, a procuradoria apontou que Baroni, ex-diretor de Operação da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), entre agosto de 2015 e agosto do ano passado, teria autorizado a adequação de uma planilha de preços e serviços sem justificativa e sem apresentar os cálculos que teriam fundamentado essas alterações.

O relatório da Polícia Federal sobre o caso aponta que, motivado por essa mudança, houve um sobrepreço de R$ 29,5 milhões acima do previsto inicialmente na planilha orçamentária da obra e um superfaturamento de R$ 33,5 milhões no valor dos trabalhos.

Desde a deflagração da operação, Baroni nega que tenha cometido irregularidade. No dia em que a operação foi deflagrada, ele publicou uma nota, informando que não tinha nada a declarar sobre a operação e que confia na Justiça e na investigação dos órgãos competentes.

Apesar de não ter sido denunciado até o momento, o Ministério Público Federal informa que as investigações continuam em aberto em relação a todas as pessoas que foram objeto de prisões temporárias e de busca e apreensão. “Como consta da denúncia, o oferecimento desta primeira acusação não implica o arquivamento das investigações que prosseguem normalmente”, afirma a procuradoria.

Pedra No Caminho

Segundo a Polícia Federal, o inquérito policial foi instaurado em 2016, após um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras apresentar à PF informações acerca de possíveis manipulações em termos aditivos desta obra do Rodoanel, para aumentar o valor pago a empreiteiras, que já haviam vencido a licitação para realizar as obras. De acordo com os documentos, no total, o acréscimo desses serviços teria ocasionado um sobrepreço de mais de R$ 131 milhões.

A Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou 14 pessoas acusadas de integrarem uma organização criminosa para fraudar licitações dos lotes 1, 2 e 3 do trecho norte do Rodoanel. O MPF informa que esta é apenas a primeira denúncia decorrente do caso.


Foto: Aline Pereira/Câmara Ribeirão Preto

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