
Principal suspeita de assassinato em Barretos é presa no litoral paulista
A prisão foi realizada na manhã desta quarta-feira, 16, na comunidade Maré Mansa, no Guarujá, após dois anos de investigações
Na manhã desta quarta-feira, 16, a Polícia Civil de São Paulo prendeu uma mulher de 45 anos, principal suspeita do homicídio de Cícero Ferreira da Silva, ocorrido em março de 2023 em Barretos, região de Ribeirão Preto. A prisão foi realizada na comunidade Maré Mansa, no Guarujá, após dois anos de investigações.
O crime
Em 28 de março de 2023, o corpo de Cícero foi encontrado no porta-malas de um veículo Chevrolet Onix, estacionado no bairro São Francisco, em Barretos. A vítima apresentava sinais de tortura, com mãos e pés amarrados, sacolas plásticas cobrindo a cabeça e rosto, e ferimentos provocados por arma branca no pescoço e face. A descoberta foi feita por policiais militares durante patrulhamento de rotina, após denúncias de moradores sobre um carro suspeito estacionado há mais de 24 horas.
Histórico de violência
Oito meses antes do homicídio, em julho de 2022, Cícero já havia sido vítima de uma tentativa de homicídio em sua residência, no bairro San Diego, em Barretos. Na ocasião, ele foi encontrado desacordado após sofrer um ataque a facadas e foi socorrido pelo SAMU à Santa Casa local. Sua então companheira relatou que havia sido rendida por um indivíduo não identificado, que a trancou junto com suas filhas em um quarto da residência enquanto atacava Cícero. O filho da mulher chegou a ser investigado e preso pela tentativa de homicídio.
Investigação e prisão
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Barretos, com apoio da Delegacia de Olímpia e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) do DEINTER-6 de Santos, utilizaram recursos tecnológicos avançados para identificar a participação da mulher no crime. Segundo o delegado Rafael Faria Domingos, as equipes trabalharam de forma incansável durante esses dois anos, coletando evidências, ouvindo testemunhas e realizando diligências em diversas cidades do estado de São Paulo.
A suspeita é também investigada por envolvimento em uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios. De acordo com as investigações, o homicídio teria sido ordenado por meio de um "tribunal do crime", prática adotada pela organização criminosa à qual a suspeita supostamente pertence. Esses "tribunais" determinam punições a pessoas que supostamente violaram códigos impostos pelo grupo.
Operação no litoral paulista
A prisão da suspeita foi realizada após um minucioso trabalho de inteligência policial, que identificou seu paradeiro na comunidade Maré Mansa, no Guarujá. A operação contou com o apoio de equipes especializadas da DEIC de Santos, que conhecem bem a geografia e a dinâmica criminal da região. Os policiais realizaram um monitoramento discreto por vários dias, mapeando a rotina da suspeita e identificando o momento ideal para a abordagem, minimizando riscos à população local. A suspeita não ofereceu resistência no momento da prisão e foi conduzida à delegacia para os procedimentos de praxe. Ela será transferida para uma unidade prisional feminina, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Continuidade das investigações
A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar outros possíveis envolvidos no crime, especialmente membros da organização criminosa que possam ter participado do planejamento ou execução do homicídio. As autoridades acreditam que outras pessoas tenham colaborado diretamente na execução de Cícero Ferreira.
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