Quando os buracos nas ruas provocam defeitos nos carros

Quando os buracos nas ruas provocam defeitos nos carros

Manutenção de veículos por causa de buracos pode chegar a R$ 2,5 mil; avarias vão de pneu estourado a estragos na suspensão

O dono de uma oficina mecânica em Ribeirão Preto, Nicolau Bisson, se surpreendeu com o aumento de 40% no movimento de clientes desde novembro para o conserto de automóveis. Todos os motoristas chegam com a mesma história: um buraco no meio do caminho.

Os principais problemas que os buracos nas ruas podem causar são pneus estourados e rodas tortas e quebradas, além da suspensão do veículo, que pode ser bem avariada. Bisson conta que até o próprio carro sofreu com a situação.

“Tem tido algumas bordoadas bem altas. Até o nosso carro da empresa eu tive que trocar as rodas porque passei por um buraco. Nem nós mesmos escapamos disso”, destaca o empresário.

Ele diz que para arrumar uma roda o preço é de pelo menos R$ 60, além de outros R$ 50 para o alinhamento do carro. Bisson diz que tem clientes que chegam na oficina com duas rodas danificadas, além dos pneus estragados, e o trabalho não sai por menos de R$ 2,5 mil, como é o caso do técnico em refrigeração Márcio Selenevas, que desembolsou esse valor para refazer a suspensão de um carro.

Em situações parecidas, o defensor público Vitor Hugo Albernaz Jr. recomenda que os motoristas procurem a justiça para pedir indenizações do Poder Público. “O governo deveria evitar situações como essa. Na medida em que as pessoas conhecem os seus direitos, podem exigir sim que sejam reparados. Essa situação não pode se estender como tem acontecido”, afirma Albernaz. Ele alerta que o tempo de espera pela resolução de um processo do tipo pode levar até 2 anos.

Justamente essa demora que fez Márcio desistir de correr atrás de uma ação, mesmo considerando o descaso. “Não procurei indenização porque não tenho tempo. É uma burocracia muito grande. Hoje em dia estamos a desejar, porque a nossa atenção é redobrada, não na direção, mas nos buracos, é um descaso muito grande”, conclui.

Foto: Bruno Silva

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