Queda de rocha em Capitólio ocorreu por "evento natural", conclui polícia mineira
Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil de Minas Gerais detalhou resultados do inquérito sobre a tragédia em Capitólio

Queda de rocha em Capitólio ocorreu por "evento natural", conclui polícia mineira

No acidente, morreram 10 turistas que passeavam em barcos na Lagoa de Furnas. Em inquérito, é definido que não há culpados

A Policia Civil de Minas Gerais (PC-MG) finalizou nesta sexta-feira, 4, as investigações sobre o acidente que matou 10 turistas em Capitólio após o desprendimento de um bloco rochoso, em janeiro deste ano. O inquérito policial aponta que a tragédia ocorreu em razão de um evento natural, sem influência da ação humana. Por conta disso, não houve indiciados. Para aumentar a segurança da área, a instituição elaborou 10 sugestões que integram o relatório final do inquérito.

Segundo o geólogo Otávio Guerra, perito da Polícia Civil mineira, a queda da rocha foi um composto de fatores naturais. “É possível afirmar que o bloco de quartzito tombou porque perdeu a sua sustentação devido ao processo erosivo, que removeu a massa que dava sustentação ao bloco”, explicou.

O perito ainda detalhou que a perda de sustentação fez com que esse bloco buscasse um novo ponto de equilíbrio. "Ele tenta se acomodar e, nessa acomodação, as fraturas da região basal e lateral, que mantinham esse bloco afixado no maciço, rompem-se”, conclui Guerra.

Além disso, o geólogo ressalta que esses eventos vêm ocorrendo há anos. "É praticamente imprevisível a gente fazer qualquer mensuração. Razão pela qual é fundamental que se comece a pensar em um planejamento, um mapa de risco para aquela região”, alerta.

TRAGÉDIA

O acidente aconteceu em 8 de janeiro, por volta do meio-dia, em um ponto turístico do Lago de Furnas, na altura da Rodovia MG-050, km 312. Além das vítimas fatais que estavam na lancha de nome Jesus, 27 ocupantes de outras embarcações ficaram feridas. O delegado regional de Passos, Marcos Pimenta, revela que as investigações ocorreram de forma ininterrupta. “Para a Polícia Civil, não houve ação humana que teve nexo causal com a queda do bloco”, resume.

Durante as investigações, foram realizadas mais de 50 oitivas e providenciadas perícias na região dos cânions e em lanchas. Houve ainda a captação de informações para a instrução do inquérito policial com diversos órgãos, entre eles o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), a Marinha do Brasil e a Prefeitura de Capitólio. “Também fizemos reuniões com o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal”, acrescenta o delegado.

* Com informações da Polícia Civil de Minas Gerais


Foto: Divulgação PC-MG

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