Queimadas às margens de rodovias da região de Ribeirão crescem 140% em agosto
Concessionária tem central de monitoramento de queimadas em áreas próximas as rodovias da região de Ribeirão Preto

Queimadas às margens de rodovias da região de Ribeirão crescem 140% em agosto

Levantamento da Entrevias mostra alta em relação ao ano passado; total de incêndios no mês passado em Ribeirão superou os meses de maio, junho e julho

As queimadas registradas próximas das rodovias na região de Ribeirão Preto cresceram 140% no mês passado, em comparação com agosto de 2019. Segundo levantamento da Entrevias nas rodovias administradas na região (SP-330, SP-322, SP-328 e SP-351), foram 113 casos de queimadas em agosto deste ano, contra 47 em agosto passado, um aumento de 140% segundo a apuração dos registros que chegam ao Centro de Controle Operacional (CCO), setor que intensifica o monitoramento das estradas durante a Operação Corta Fogo.

Entre 1º de maio e 31 de agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019, o aumento foi de 20,45%. Os casos saltaram de 176 para 212. 

"O período de julho a setembro é considerado crítico devido às condições climáticas da época, de estiagem prolongada e baixa umidade do ar, que favorecem a combustão e propagação das chamas na vegetação que margeia as rodovias. Contudo, este ano, os estragos foram exponencialmente maiores devido à estiagem em Ribeirão, que desde junho não registra chuva considerável, e com o agosto mais seco dos últimos cinco anos, de acordo com dados apurados", informou a concessionária. 

Em agosto, a cidade registrou apenas 2,1 milímetros de chuva. Índice bastante inferior aos anos anteriores, cujas médias para o mês foram de 15 mm em 2019, 28,7 mm em 2018, 15,5 mm em 2017, 35,8 mm em 2016 e, em 2015, 3,3 milímetros.

Pontos críticos

Ainda segundo o levantamento da Entrevias, na região de Ribeirão Preto, os incêndios ocorreram com mais frequência na SP-322 (Anel Viário Sul e Rodovia Attílio Balbo), entre Ribeirão e Sertãozinho, no entroncamento da SP-322 com a SP-328 (Rodovia Alexandre Balbo) e na SP-330 (Rodovia Anhanguera) entre Jardinópolis e Sales Oliveira.

Desde junho, a concessionária participa da Operação Corta Fogo, iniciativa sazonal que segue até o fim de setembro, coordenada pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). O objetivo é combater incêndios e garantir a segurança viária de usuários de rodovia, já que em muitos casos a fumaça invade a pista e pode prejudicar a visibilidade.

A concessionária intensifica o monitoramento de pontos já conhecidos como de maior incidência por meio de 200 câmeras instaladas ao longo dos 299 quilômetros de rodovias que opera na região. Com um sistema inteligente de detecção automática de incidentes, o circuito de câmeras da empresa permite o acompanhamento em tempo real das estradas, 24 horas por dia, e acusa na tela do monitor do operador situações atípicas que precisam de checagem, como início de fogo.

Ao constatar o princípio de incêndio, a empresa aciona os recursos necessários neste tipo de chamada: caminhão-pipa e viatura de inspeção de tráfego para garantir a segurança na malha viária e, se necessário, interdita a rodovia. “O fogo, além de ser um problema ambiental que atinge a flora e, em alguns casos, a fauna, também representa risco à segurança dos motoristas. Por isso, a principal orientação continua sendo evitar colocar fogo e descartar lixo e bituca de cigarro às margens da rodovia, no mato seco. E, no caso de avistar um princípio de fogo, acionar imediatamente a concessionária”, orienta o gerente de Operações da Entrevias, Jorge Baracho.

Conservação e "fator humano"

Além das providências operacionais, rotineiramente equipes do setor de Conservação roçam as áreas que margeiam as rodovias, dentro da faixa de domínio, e removem a massa verde e resíduos que poderiam favorecer a propagação do fogo. “Outro fator que ajuda a evitar incêndios é a campanha de aceiro que fizemos dentro da faixa de domínio da concessionária durante o ano, que consiste em deixar uma camada de solo exposta - sem vegetação - nas áreas limítrofes sob concessão da Entrevias. Essa técnica dificulta a passagem do fogo entre as vegetações”, completa Bruno Marin, gerente de Conservação.

O engenheiro florestal da Estação Ecológica de Assis (IF), Antônio Carlos Galvão de Melo – região que a Concessionária também tem rodovias concedidas, explica que na maioria dos casos o fator humano e a ocupação de solo dificultam o controle das queimadas, principalmente nos meses críticos de seca. “O fogo pode começar de muitas maneiras: com uma bituca de cigarro jogada às margens da rodovia, às vezes mesmo em uma operação agrícola com algum maquinário que emita calor, o que em condição de ar e palha secos pode ser um gatilho. A disponibilidade de material para queimar também influencia”, diz Melo. Ele explica também que o fator climático é determinante, já que, com ar mais úmido, a propagação e intensidade do fogo é menor.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Entrevias


Foto: Divulgação Entrevias

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