Reflexo das paralisações: depois da greve, consumidores devem ficar atentos aos alimentos
Empresas produtoras de carne e derivados reduziram produção por problemas de escoamento do produto

Reflexo das paralisações: depois da greve, consumidores devem ficar atentos aos alimentos

Produtos que exigem refrigeração no transporte, como carnes e derivados, podem ficar comprometidos com atrasos na entrega

Com as negociações para o fim da paralisação dos caminhoneiros, aos poucos a vida dos ribeirãopretanos volta ao normal - uma vez que o abastecimento já é permitido na cidade. No entanto, a população ainda precisa ficar atenta na ida a açougues e supermercados. Isso porque, produtos perecíveis, como carnes e outros congelados, podem ter perdido a qualidade e estragado ao longo da paralisação.

Um frigorífico que atua em Ribeirão Preto e foi contatado pela reportagem do Portal Revide aponta que, em função da greve dos caminhoneiros, está tomando as medidas necessárias para adequar suas operações a esse cenário, inclusive, reduzindo ou suspendendo a produção, em razão da impossibilidade de transportar seus produtos.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) publicou nota no início desta semana relatando prejuízos que as empresas que atuam no setor vêm sofrendo em razão da paralisação. Segundo levantamento feito pela entidade, os produtos foram impedidos de circular em mais de 300 pontos de 22 estados pelo País. “O risco ambiental e de saúde pública é crescente”, declarou na nota.

O Portal Revide procurou um especialista para detalhar quais cuidados que os consumidores devem tomar enquanto a situação vai se normalizando, para evitar possível intoxicação alimentar e outros problemas em decorrência da ingestão de alimentos estragados.

O médico nutrólogo Renato Zorzo afirma que, nestas situações, os consumidores ficam reféns da informação na embalagem do produto. “Se lá está escrito a validade, ou você acredita, ou você não acredita. O ponto é quando acreditar numa informação. Porque, além de estar na validade, o produto tem de ser transportado refrigerado e, caso ocorra alguma interferência, e a refrigeração ficou aquém da adequada ou a carne ficou exposta, pode haver alguma alteração, por exemplo”, aponta.

O especialista indica sinais a que os consumidores têm de ficar atentos na compra de produtos refrigerados em açougues e supermercados. "O cliente tem de estar de olho na característica da carne. Se você pegar uma carne mais vermelhinha, teoricamente ela está melhor, está bem conservada e é uma carne mais nova. Já uma carne mais escura, provavelmente não”, explica.

O médico ainda informa que, se o consumidor se deparar com uma peça de carne mais arroxeada ou com uma cor mais escura, é melhor fugir dela. No entanto, caso o consumidor só perceba isso depois que comprá-la, já em casa, com uma cor esquisita ou um cheiro diferente, é recomendável que não consuma.

Sintomas

O médico também aponta possíveis sintomas caso o consumidor ingira alimentos que estejam estragados e tenha desenvolvido uma intoxicação alimentar. Esses sintomas se manifestam com dor no estomago, abaixo da costela e dor de barriga, e pode se manifestar até dois dias após o consumo.

“Além da dor de barriga, pode ter vômito e diarreia. Às vezes dá febre, mas não é regra. Começou com esses sintomas, corte o consumo do alimento que você desconfia, mantenha-se hidratado bebendo água aos poucos e várias vezes. E procure um médico imediatamente”, explica o especialista, que lembra a hidratação é fundamental para o tratamento.


Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

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