Ribeirãopretanos relatam sobre o que passaram durante temporal que atingiu Litoral Norte de SP
Clube Sirena alagado, em Maresias

Ribeirãopretanos relatam sobre o que passaram durante temporal que atingiu Litoral Norte de SP

Inundações e deslizamentos na região deixaram ao menos 40 mortos, 1.730 desalojados e 766 desabrigados, segundo o Governo Estadual

Após as fortes chuvas que atingiram o Litoral Norte do Estado de São Paulo no último final de semana – em um só dia foram mais de 600 milímetros de água –, ribeirão-pretanos que viajaram para a região durante o feriado de Carnaval relatam o que passaram nesses últimos dias nas cidades praianas, que registraram inundações, alagamentos e deslizamentos. O temporal deixou ao menos 40 mortos, 1.730 desalojados e 766 desabrigados, segundo o Governo Estadual.

 

O estudante de Direito Pedro Burin passou o Carnaval na praia de Paúba, vizinha de Maresias. Segundo ele, por volta das 18h do sábado, 18, a chuva começou, e parou por volta das 8h do domingo, 19. Ao acordar no dia seguinte, a casa estava com água na cozinha e nos quartos.

 

Depois disso, percebeu que estava sem sinal para celular e tentou ir para Maresias para descobrir mais sobre a situação. Foi então que um policial explicou sobre o que havia ocorrido e a gravidade. De acordo com o estudante, quando a passagem para Maresias foi desobstruída, “havia várias partes da rua alagadas, filas de quilômetros pra abastecer no posto de gasolina e muito trânsito dentro da cidade”, explicou.

 

Mesmo com todo o caos, o estudante conseguiu voltar para Ribeirão na terça-feira, 21, pela rodovia Tamoios. “Havia vários trechos com rochas na estrada que despencaram do barranco, e outros em que havia parte da terra e árvores, dando passagem para apenas um carro por vez”, relatou.

 

Já a ribeirãopretana Drieli Galo, que estava hospedada em uma casa em Maresias, passou momentos muito difíceis. A praia foi uma das áreas mais afetadas pela chuva. Segundo Drieli, a chuva que começou no sábado, contribuiu para a enchente de um rio atrás de onde estava, e, com isso, casas ao redor começaram a ser invadidas pela água e a energia parou de funcionar.

 

Ilhados e sem meio de comunicação para pedir ajuda, Drieli foi tentar conseguir sinal de internet na cidade e, quando voltou, sua casa tinha sido saqueada. “Fiquei só com as roupas que estavam no varal e as que estava usando”, disse ela. Levaram roupas, bijuterias e um carro. A praia na região de São Sebastião contava com poucas autoridades, visto que parte da rodovia de acesso estava interditada. Com isso, carros e casas que ficaram alagadas foram alvo de furtos.

 

Drieli conseguiu sair da cidade na quarta-feira, 22. Ao longo do trajeto percebeu a presença de veículos do exército e da polícia ajudando a levar roupas e comidas para as comunidades da área. “Passamos por padarias que estavam doando alimentos para os mais afetados”, finalizou.

 

De acordo com o boletim do Governo do estado de São Paulo divulgado nesta quinta-feira, 23, cerca de 77% dos veículos que desceram para o litoral para o Carnaval já retornaram. Além disso, o último ponto que estava interditado, na rodovia Rio-Santos, trecho entre São Sebastião e Ubatuba, já foi desobstruído.


Foto: Driele Galo

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