
Ribeirão Preto é 17ª cidade em ranking de jovens vulneráveis à violência, diz Unesco
Município ocupa a posição em levantamento entre cidades com mais de 100 mil habitantes
Ribeirão Preto aparece em 17º no Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência de 2017 entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. O levantamento é desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao todo foram analisados 304 municípios. Na região, a cidade mais bem colocada é Sertãozinho, que ocupa a 6º colocação entre as melhores do país, e também aparece entre os dez municípios que expressaram melhoras mais acentuadas entre 2012 e 2015.
O índice agrega dados relativos às dimensões consideradas chave na determinação da vulnerabilidade dos jovens à violência, tais como taxa de frequência à escola, escolaridade, inserção no mercado de trabalho, taxa de mortalidade por homicídios e por acidentes de trânsito. Ele serve como norteador das políticas públicas de juventude, parcela da população mais afetada pela violência no Brasil.
Desse modo, a pesquisa aponta que a vulnerabilidade dos jovens à violência em Ribeirão Preto é considerada baixa - o equivalente a cidades como Poços de Caldas, Balneário Camboriú, São José do Rio Preto, Santa Barbara do Oeste, entre outros. As taxas de homicídios entre a parcela jovem da população também está abaixo da média nacional. O indicador mais proeminente é o de mortes por acidentes no trânsito, que é quatro vezes maior do que a taxa de homicídios.
Perfil da violência
De acordo com a pesquisa, o perfil mais atingido pela violência é o de jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. Dados do Atlas da Violência 2017 (IPEA, FBSP) mostram que mais da metade das 59.080 pessoas mortas por homicídios em 2015 no Brasil eram jovens (31.264, equivalentes a 54,1%), das quais 71% negras (pretas e pardas) e 92% do sexo masculino. Dessa forma, o Índice conclui que a grave violação aos direitos humanos e a violência impede que parte significativa dos jovens brasileiros tenha uma vida plena e revela uma inesgotável fonte de perda de talentos para o desenvolvimento do País.
"Os jovens de 15 a 29 anos representam um quarto da população brasileira e estão entre as maiores vítimas de homicídios. Vale lembrar que essas mortes têm uma geografia e um endereço certo, pois estamos falando dos jovens, sobretudo das periferias, que estão mais expostos à violência", analisa, Marlova Jovchelovitch Noleto, representante da Unesco no Brasil.
Ainda segundo Marlova, o trabalho para evitar o crescimento do índice - e interromper a vulnerabilidade - é fundamental. "A violência contra a juventude negra no Brasil atingiu índices alarmantes e precisa ser enfrentada com políticas públicas estruturadas que envolvam as diversas dimensões da vida dos jovens como educação, trabalho, família, saúde, renda, igualdade racial e oportunidades iguais para todos", conclui.
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