Ribeirão Preto e Franca, juntas, têm crescimento de 5,4% no número de fraudes e furtos na rede elétrica
Os crimes, nestas duas cidades da região, poderiam abastecer um município de pequeno porte

Ribeirão Preto e Franca, juntas, têm crescimento de 5,4% no número de fraudes e furtos na rede elétrica

Durante o primeiro semestre de 2018, a distribuidora de energia responsável pelas cidades identificou 2.018 casos de irregularidades nos dois municípios

Em Ribeirão Preto e Franca, o número de fraudes e furtos na rede elétrica cresceu 5,4% em um ano, segundo a CPFL Energia. No primeiro semestre de 2018 ante o de 2017, a concessionária registrou um aumento de irregularidades, passando de 1.913 para 2.018 casos.

Ribeirão Preto registrou 1.560 ocorrências entre 5.385 inspeções realizadas - aproximadamente uma irregularidade encontrada a cada quatro inspeções executadas. Entretanto, em 2017, o número foi maior. Houve 1.733 ocorrências, mas 7.441 inspeções realizadas (2.056 a mais).

Em Franca, no ano de 2018, a companhia registrou mais crimes. De 1.574 inspeções, 458 irregularidades foram encontradas, 278 a mais que em 2017.

No primeiro semestre deste ano, considerando as cidades de Ribeirão Preto e Franca, foram recuperados um volume de 4.843 MWh de energia furtada. Isso seria suficiente para abastecer uma cidade do porte de Itaju (3,5 mil habitantes) ou 2.691 famílias compostas por até quatro pessoas pelo período de um ano.

Segundo o diretor da CPFL Energia, Roberto Sartori, os investimentos em inteligência no monitoramento têm sido grande aliado na identificação das fraudes e furtos de energia nas redes da distribuidora. “A integração com os órgãos públicos e autoridades policiais também tem sido fundamental nessas operações”, afirma.  

Furtos e fraudes são considerados crime

As fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal e a pena pode variar de um a quatro anos de detenção. Além disso, para os fraudadores também são cobrados os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu o roubo, acrescidos de multa.

Além de crime, as irregularidades contribuem para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores. Isso ocorre porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconhece nas chamadas “perdas comerciais”, como são denominados os furtos e as fraudes no jargão do setor elétrico, uma parcela do prejuízo da distribuidora com o valor da energia furtada e dos custos para identificar e coibir as irregularidades.

Outra consequência negativa dos furtos e fraudes de energia é a piora na qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível às interrupções no fornecimento de energia.

Consumidores que adotam esta prática, popularmente conhecida como “gato”, também estão colocando em risco as suas vidas e da população. Pessoas não habilitadas que tentam manipular o medidor de energia ou realizar ligação direta na rede elétrica correm o risco de choque e acidentes graves, que podem ser fatais.


Foto: Pedro Gomes

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