Ribeirão Preto registra queda de 25% na taxa de violência, diz Ipea
Em Ribeirão Preto, segundo estudo, violência caiu 25% em 2017, na comparação com o ano anterior

Ribeirão Preto registra queda de 25% na taxa de violência, diz Ipea

Segundo o Atlas da violência, a cidade registrou índice de 11,3 homicídios a cada 100 mil habitantes em 2017, contra 15,1 no ano anterior

Ribeirão Preto registrou queda de 25% na taxa de homicídios e caiu no ranking da violência entre os municípios do Estado de São Paulo, segundo o Atlas da Violência, divulgado nesta semana pelo Instituto de Economia Aplicada (Ipea).

O levantamento, que tem dados de 2017 como base, mostrou que a taxa de homicídio a cada 100 mil habitante da cidade é de 11,3. No Atlas anterior, com dados de 2016, a taxa estava em 15,1%. Assim, Ribeirão Preto é considerada a 26ª cidade menos violenta do Estado de São Paulo. No levantamento anterior, Ribeirão teve índice de violência acima do registrado na capital.

Ao todo, foram 62 homicídios registrados na cidade e 15 foram considerados “ocultos”, que não tiveram solução, com nenhuma prisão.

No ranking estadual das cidades menos violentas ainda se destaca, na região, Sertãozinho, que teve índice de homicídio de 8,5 a cada 100 mil habitantes. Ao todo, foram nove mortes violentas, com um caso sem solução. A cidade teve uma ligeira alta no índice em relação a 2016, quando a taxa foi de 8,1.

O Ipea analisou 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da violência no país. O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, é Maracanaú, no Ceará. Em segundo lugar está Altamira, no Pará, seguida de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Dos 20 mais violentos, 18 estão no Norte e Nordeste do país.  De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Daniel Cerqueira, os municípios mais violentos têm 15 vezes mais homicídios relativamente que os menos violentos. “Em termos proporcionais, a diferença entre os municípios mais e menos violentes corresponde à diferença entre taxas do Brasil e da Europa”, compara. Nos municípios mais violentos, o perfil socioeconômico é mais parecido com os países latino-americanos ou africanos: as pessoas, em geral, não têm acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho.

Os desafios no campo da segurança pública no Brasil são enormes, na avaliação do coordenador do estudo. “Há luz no final do túnel para dias com mais paz no Brasil e a luz passa por políticas focalizadas em territórios vulneráveis”, acredita Cerqueira.  “Quando essas políticas são feitas e concatenadas com a política de qualificação do trabalho policial, com inteligência e boa investigação, se consegue, a curto prazo, diminuir os homicídios no país”, afirma.   A solução, sugerida pelo estudo conjugaria três pilares fundamentais. Em primeiro lugar, o planejamento de ações intersetoriais, voltadas para a prevenção social e para o desenvolvimento infanto-juvenil, em famílias de situação de vulnerabilidade. Em segundo lugar, a qualificação do trabalho policial, com mais inteligência e investigação efetiva. Por fim, o reordenamento da política criminal e o saneamento do sistema de execução penal, de modo a garantir o controle dos cárceres pelo Estado.


Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)

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