Ribeirão Preto tem o janeiro mais seco dos últimos cinco anos
De acordo com a Somar, fevereiro, de forma geral, tende a ter calor e chuvas intensas em meados do mês

Ribeirão Preto tem o janeiro mais seco dos últimos cinco anos

Volume de chuva deste mês corresponde a apenas 35% do normal; temperaturas estão 2°C mais altas

Ribeirão Preto vive o janeiro mais seco desde 2014. Segundo dados da Defesa Civil, medidos pela Somar Meteorologia, foram 95,1 milímetros (mm) de chuva até esta segunda, 28. Valor que corresponde a apenas 35% do normal para o mês.

Ainda segundo a Somar, as temperaturas estão cerca de 2ºC mais altas do que o normal neste ano. A última vez que isso aconteceu foi em 2015. A explicação está em um processo de aquecimento das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial -tentativa de consolidação de um fenômeno El Niño-, cujas características envolvem temperaturas acima da média em São Paulo e chuvas mais em forma de pancadas no final de tarde.

“Estas chuvas isoladas, que podem ser fortes, atingem um bairro e outro não ou até mesmo a cidade vizinha e outra não. Esse tipo de chuva acontece com frequência, mas pode ter o azar de não ser registrada por nenhum equipamento. No ano passado, a situação oceano-atmosfera era bem diferente, quando estávamos num período de La Niña, e a frequência de dias fechados e chuvosos era bem maior”, explicou a Somar.

Para a última semana no mês, a previsão é de tempo seco e quente até a sexta-feira. Depois, por um período de duas semanas existe previsão de chuva e diminuição do calor na região de Ribeirão Preto.

Leia mais:

Clima durante a semana continua quente em Ribeirão Preto

De acordo com a Somar, fevereiro, de forma geral, tende a ter chuvas intensas em meados do mês. Em março, a precipitação prosseguirá sobre o Sudeste, porém, os acumulados do mês também prometem ser mais modestos, mas não aparecem longos períodos de estiagem como o observado em janeiro.

“A temperatura permanecerá mais elevada que o normal, mas sem extremos. O outono é uma estação de transição e tem como características a diminuição da chuva e do calor. No estado de São Paulo, após um mês de abril também seco, alguns episódios de chuva devem aparecer a partir do fim de maio”, conclui a agência de meteorologia.

Em hortas de Ribeirão, calor prejudica principalmente as folhas

Impactos

O produtor rural Leonardo Moreira Cunha, do distrito Bonfim Paulista, diz que as altas temperaturas prejudicam a produção de hortaliças neste mês de janeiro.

“Principalmente as folhas, como a alface. Com o calor e a alta incidência de sol, elas têm um período mais curto de produção”, diz.

Sobre a fata de chuvas, o produtor explicou que a interferência não é direta. “Temos o sistema de irrigação. E um volume muito alto de chuvas também prejudica a produção. Então, por esse lado não tivemos prejuízos.”

O centro de pesquisas econômicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) confirma que o calor prejudica algumas produções, como a das hortaliças e ovos, por exemplo, o que pode trazer impacto de gastos aos produtores. Por consequência, os preços finais ao consumidor em alguns produtos podem sofrer variação. 


Fotos: Divulgação / Arquivo Pessoal

Compartilhar: