Ribeirãopretanos terão de trabalhar mais e se aposentar mais tarde, analisa especialista
Em 2050, um terço da população de Ribeirão Preto terá mais de 60 anos

Ribeirãopretanos terão de trabalhar mais e se aposentar mais tarde, analisa especialista

Levantamento realizado pelo Seade aponta envelhecimento da população ribeirãopretana

Em 2018, a população com idade entre 20 e 59 anos representa 60% dos ribeirãopretanos, enquanto as pessoas com mais de 60 anos respondem por 15% do total. Contudo, daqui a 22 anos, habitantes com idade entre 20 e 59 anos diminuirão para 56% do total, e os que tiverem mais de 60 representarão 25%, comprovando a inversão populacional que será constatada no futuro.

Os dados fazem parte do levantamento do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Esse envelhecimento dos ribeirãopretanos começará a afetar o crescimento populacional a partir de 2040. Para se ter uma ideia, em 2050, 33% dos moradores da cidade terão mais de 60 anos e a relação de crianças para idosos, em que os menores sempre levaram vantagem, ou estiveram sempre muito pareados ao número de idosos, sofrerá uma mudança brusca. A quantidade de habitantes com mais de 60 anos será três vezes maior do que a quantidade de crianças com até 14 anos.

O professor Universidade de São Paulo e coordenador do Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper), Luciano Nakabashi, avalia que, com o aumento da expectativa e da proporção da população idosa, as pessoas terão de trabalhar por mais tempo.

“É um processo natural que já ocorre em países mais desenvolvidos. É preciso que as pessoas trabalhem por mais tempo, porque é uma condição de sustentabilidade da previdência social e da aposentadoria. Seja pelo sistema de repartição ou de capitalização, quando as pessoas vivem por mais tempo, é uma condição necessária aumentar o tempo de trabalho.”, comenta Nakabashi

Por um lado, a média dos trabalhadores terá menos vigor físico, por outro, a experiência será maior, o que favorece atividades que exigem mais qualificação. “No entanto, para isso, é preciso fornecer mais acesso à educação às pessoas que já estão no mercado de trabalho, pois há maiores impactos tecnológicos, hoje, nas qualificações necessárias, e que podem acelerar ainda mais no futuro”, analisa o pesquisador.

Nakabashi também explica que, com o envelhecimento da população, haverá um crescimento gradativo na demanda por serviços médicos e hospitalares, além de outros serviços que atendam às necessidades dos idosos. "Por exemplo, haverá maior necessidade de cuidadores e acompanhantes e de casas que abrigam pessoas de terceira idade. Certos tipos de lazer também experimentarão elevação da demanda neste processo. Portanto, o mercado de trabalho também será alterado com a mudança na demanda que irá ocorrer de forma natural com o envelhecimento da população", conclui.

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Sob supervisão de Marina Aranha.


Foto: Pixabay

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