Secretário do Emprego de SP quer mais discussão sobre Reforma Trabalhista
José Luiz Ribeiro participou de reinauguração do PAT, em Ribeirão Preto, nesta quarta-feira, 28
O secretário de Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, José Luiz Ribeiro, esteve em Ribeirão Preto nesta quarta-feira, 28, para a reinauguração do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), em novo endereço, agora nos Campos Elíseos. O secretário lamentou as patinadas na economia, e apontou que o objetivo é fomentar o empreendedorismo.
Os números não animam. De acordo com o cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, Ribeirão Preto criou apenas 36 vagas de emprego com carteira assinada em maio. Para o secretário, a solução do problema está em políticas públicas de geração de emprego, apontadas por ele como emergenciais.
“Tínhamos a expectativa de que este seria o ano da retomada. Abril e março até que tiveram resultados razoáveis, mas em maio a economia decresceu. Precisamos com urgência de políticas que retomem o crescimento de nosso país, que gerem empregos. Enquanto isso, o governo tem buscado, com as concessões, fomentar o emprego. Estamos focando muito no empreendedorismo. Lançamos um programa com juros zero”, afirmou Ribeiro.
O que é corroborado pelo vice-prefeito de Ribeirão Preto, Carlos Cezar Barbosa (PPS), que representou Duarte Nogueira (PSDB), ausente em razão de viagem a Brasília. Ele acredita que, com as novas relações do trabalho, dificilmente as pessoas conseguirão inserção no mercado, sem que sejam ativas e criem o próprio negócio.
“A prefeitura não pode trabalhar na macroeconomia, mas pode estimular o desenvolvimento. Com isso, vêm o emprego e a recuperação do município. Hoje, Ribeirão Preto tem como meta principal facilitar a vida do empreendedor para vir para Ribeirão Preto e estimular o micro e pequeno empresário a fazer o seu negócio”, destacou Barbosa, que lembrou que em um curso de capacitação de empreendedores da prefeitura, mais de duas mil pessoas estão cadastradas.
Negociar antes de reformar
O secretário ainda disse que antes das reformas Trabalhista e da Previdência serem votadas na Câmara, as discussões devem ocorrer entre empregados e empresários, com o objetivo de encontrar uma solução para que o país volte a crescer e gerar emprego. Essa opinião é diferente até da do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que acredita que o Governo Federal precisa melhorar o diálogo para explicar melhor as reformas. Ribeiro é filiado ao Solidariedade, partido cujo presidente é Paulinho da Força, deputado contrário às reformas.
“Acho que depende mais de debate e negociação. Acredito que tanto os empresários quanto as centrais sindicais estão abertos para essa negociação. É lógico que tem questões que estão ultrapassadas, mas a solução se constrói com diálogo. Antes da votação tem um espaço para negociação. Se tiver a reforma, que seja construída em conjunto”, defendeu o secretário, que ainda disse que movimentos como o da Greve Geral, convocada para a próxima sexta-feira, 30, poderiam ser evitados, caso houvesse mais discussão sobre os temas.
“Os trabalhadores têm direito de se manifestar. A greve é um instrumento de protesto, mas se tem uma negociação, acho que impede de ter uma greve, e é isso que os trabalhadores e sindicatos estão pedindo: negociação”, concluiu.
Foto: Paulo Cesar Rocha – Secretaria Emprego e Relações do Trabalho SP