STF decide nesta semana se Transerp pode aplicar multas de trânsito em Ribeirão Preto

STF decide nesta semana se Transerp pode aplicar multas de trânsito em Ribeirão Preto

Processos tiveram início em 2010 e impactam diversas empresas e autarquias semelhantes

Teve início nessa sexta-feira, 16, o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode decidir sobre a aplicação de multas de trânsito pela  Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp). A decisão deve sair até o dia 23 de outubro.

O processo teve início em 2010 e envolve a empresa BHTrans, responsável pelo trânsito em Belo Horizonte, Minas Gerais. De relatoria do ministro Luiz Fux, a ação julga a delegação de atividades relacionadas ao poder de polícia, em específico, à aplicação de multas de trânsito, por pessoa jurídica de direito privado, como é o caso das empresas que administram o trânsito. 

Por ser um caso de repercussão geral, o que for decidido pelo STF pode afetar empresas que atuam de forma semelhante, como a Transerp. Como a empresa de trânsito de Ribeirão Preto é uma sociedade de economia mista, criada por lei para exploração de atividade econômica, faz parte de sua essência a obtenção do lucro. Por isso, há o entendimento de que lhe é proibido exercer atividades típicas do poder de polícia, como a aplicação de multas.

De acordo com o balanço divulgado pela empresa em junho deste ano, a maior fonte de receita da Transerp advém da aplicação de multas. Em janeiro, mês de maior arrecadação em 2020, a empresa obteve uma receita de R$ 2,8 milhões. Sendo que, desse total, R$ 2,6 milhões foram obtidos com o pagamento de multas. Ou seja, 91% das receitas. O restante está dividido entre Área Azul (R$ 111 mil), o pátio de veículos recolhidos (R$ 70 mil), transporte (R$ 8 mil) e outras fontes de receita (R$ 53 mil). 

A empresa ribeirãopretana, assim como outras do tipo, participa do processo como amicus curiae. Isso ocorre quando uma entidade que não participa diretamente da causa auxilia o tribunal, oferecendo esclarecimentos sobre questões essenciais ao processo. Na última terça-feira, 13, representantes da Transerp realizaram uma sustentação oral para o ministro. 


Foto: Fellipe Sampaio / STF

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