Tradicionais paralelepípedos da avenida Nove de Julho são instalados
Trabalho de assentamento é feito de forma manual e exige precisão, habilidade e conhecimento
Nesta terça-feira, 30 de abril, uma semana depois da retomada das obras da avenida Nove de Julho, começaram a ser realizados o serviço de calceteria, que é a colocação de um a um dos tradicionais paralelepípedos. Um serviço que conta com a experiência de 57 anos do calceteiro Expedito Augustinho. Com 75 anos de idade, o senhor Expedito é um verdadeiro artesão. Morador de Ribeirão Preto, o calceteiro foi contratado pela Era – Técnica, empresa responsável pelas obras da avenida. “É com grande alegria que faço esse serviço. Aprendi com o meu pai quando morava em São Paulo, aos 18 anos. Fico muito feliz em poder ajudar a transformar a Nove de Julho”, disse o calceteiro.
De acordo com o secretário de Obras Públicas, Pedro Pegoraro, o trabalho de assentamento dos paralelepípedos está sendo feito para evitar a abertura de buracos. “O serviço que é feito aqui, nunca foi realizado. A empresa está construindo várias camadas, antes da colocação das pedras. Dessa forma, os paralelepípedos ficam totalmente compactados e firmes. O processo escolhido é para suportar o alto fluxo de veículos que passam pela avenida ao longo do dia”, afirma o secretário.
“Em cada quarteirão da avenida, é retirada as pedras, feita a escavação de cerca de 27 centímetros, o reparo das redes de água e esgoto, e a construção dos tubos de concreto, bocas de lobo, poços de visitas e as caixas de concreto complementares. Logo depois, são feitos os serviços de recomposição da base com 15 centímetros de brita graduada simples, a colocação da camada de concreto rolado, e despejado o coxim de pó pedra. Depois de concluir todo este trabalho, entra em cena o senhor Expedito com o assentamento das pedras”, detalhou o engenheiro da Empresa Era-Técnica Engenharia, Helton Molina. O senhor Expedito deverá receber em duas semanas a ajuda de uma equipe de profissionais que será contratada.
As obras da revitalização dos dois lados da avenida Nove de Julho e a construção de 1,6 km do corredor de ônibus terão o prazo de 12 meses para conclusão, a contar da data da emissão da ordem de serviço.
História da Avenida de Julho
A avenida Nove de Julho, trecho entre as ruas Tibiriçá e São José, foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de Av. Independência, escolhido para homenagear o Centenário da Independência do Brasil. O projeto da avenida foi idealizado pelo prefeito municipal da época, João Rodrigues Guião, em 1921. Também foi inaugurado o obelisco comemorativo no entroncamento da então Av. Independência com a rua Tibiriçá. Posteriormente, o obelisco foi transferido para a confluência das atuais avenidas Nove de Julho e Independência.
Em 1934, a avenida passou a denominar-se Nove de Julho, sendo uma homenagem à data de Nove de Julho de 1932, quando foi deflagrada a Revolução Constitucionalista, um movimento em prol da elaboração de uma Constituição para o Brasil.
No ano de 1949, durante o governo do prefeito municipal José de Magalhães, foram iniciados os estudos para o prolongamento da avenida Nove de Julho entre as ruas Sete de Setembro e a atual Avenida Independência.
Ainda no ano de 1949, a avenida Nove de Julho foi calçada com paralelepípedos entre as ruas Barão do Amazonas e Cerqueira César, além de receber o plantio de 40 árvores da espécie sibipiruna.
Durante a década de 1960, a avenida abrigou algumas das principais mansões de propriedade da elite econômica da cidade; posteriormente, em função de sua posição privilegiada (vetor sul da cidade), consolidou-se como um importante setor bancário.
Foto: Fernando Gonzaga