Universitário é preso, acusado de armazenar conteúdo pornográfico infantil
Acusado prestou depoimento nesta quinta-feira, 18, na sede da Polícia Federal, em Ribeirão Preto
Um estudante de psicologia, de 22 anos, foi preso em flagrante, em Ribeirão Preto, na manhã desta quinta-feira, 18, acusado de armazenar mais de 300 arquivos de pornografia infantil. Diversos vídeos e fotos foram encontrados no notebook e em dois HDs externos. Também foram apreendidos diversos CDs e dois celulares. Segundo relatos, o acusado é de uma família de classe média-alta e residia no Jardim Canadá, mesmo bairro da sede da Polícia Federal.
A prisão faz parte da Operação Cabrera, deflagrada nesta quinta pela Polícia Federal. O objetivo é reprimir o compartilhamento e posse de imagens e vídeos de pornografia infantil na internet. Ao todo, cerca de 370 policiais cumprem 93 mandados de busca e apreensão, além de duas prisões preventivas e uma condução coercitiva, no Distrito Federal e em 18 estados.
Segundo o delegado responsável pelo caso em Ribeirão, Jackson Gonçalves, as investigações começaram na Europa. "Essa investigação partiu da Alemanha, a partir de alguns alvos que estavam disponibilizando conteúdo ilícito na internet. Com base na busca dos IPs dos computadores, em todo o mundo, as operações foram descentralizadas. O ofício chegou ao nosso setor especializado em Brasília, e após as investigações necessárias, geraramos oito inquéritos policias de acordo com o local em que estavam sendo disponibilizados esses arquivos", declarou o delegado sobre a investigação que perdura desde 2013.
Ainda de acordo o delegado, o acusado, que não teve o nome revelado, admitiu ser dono dos arquivos. Com base no depoimento prestado à PF, o universitário havia baixado os arquivos na deepweb - a internet "profunda" e de acesso restrito - "por engano". Gonçalves ainda ressalta que o acusado, que irá aguardar julgamento na Penitenciária de Serra Azul, não faz o perfil normalmente encontrado nesse tipo de crime. "Geralmente são homens, entre 35 e 50 anos", comentou.
Os materiais apreendidos continham cenas de sexo explícito com adolescentes, crianças e até bebês. Contudo, nenhum dos vídeos envolviam o próprio acusado, que também afirma não ter compartilhado os arquivos com outras pessoas.
A operação foi batizada em homenagem a Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de 8 anos, que foi sequestrada, violentada e assassinada em 18 de maio de 1973. Posteriormente, a data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
Foto: Paulo Apolinário
