Vendaval que deixou Ribeirão Preto em estado de emergência completa 24 anos
Fortes rajadas de vento atingiram 100 km/h naquele dia 14 de maio de 1994; moradora lembra de estragos deixados na cidade

Vendaval que deixou Ribeirão Preto em estado de emergência completa 24 anos

O dia 14 de maio de 1994 registrou rajadas de vento de 100 km/hora e deixou três mortos no município

Uma das maiores tragédias naturais que os moradores de Ribeirão Preto já passaram completa 24 anos nesta segunda-feira, 14 de maio. Um vendaval destruiu casas, derrubou árvores e telhados, e deixou três mortos. Na época, a prefeitura declarou estado de emergência em razão dos estragos, os cálculos apontaram que o município teve prejuízo de seis milhões de dólares.

Segundo o Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), as rajadas de vento chegaram a 100 km/hora e o evento durou por cerca de 10 minutos. A boleira Tania A. e Silva se recorda muito bem daquela data. Era sábado à noite, por volta das 22h, quando o marido a alertou.

“O barulho foi muito grande. Eu lembro que o meu marido foi fechar a janela e ouviu o barulho chegando. ‘Tania, está vindo coisa feia aí’. Eu fui para o quarto das minhas filhas pequenas e fui orar. Nós não sabíamos o que estava acontecendo. Foi um barulho muito forte, a casa tremeu. Foi bem rápido, mas quando passou, vimos uma destruição total. Todos saíram na rua, mas nós não poderíamos, porque em frente de casa havia um poste, e os fios estavam no chão”, lembra.

Tania teve a casa em que vive destelhada, além de danificar o madeiramento do forro. “Pareciam que as telhas tinham sido colocadas em um liquidificador que foi jogado no chão. Foi um dia muito triste. Onde andávamos era destruição, e nunca tínhamos presenciado algo do tipo, era uma coisa nova. Além de tudo, nós tínhamos de procurar orelhão para nos comunicar com parentes e não deixá-los preocupados”, completa a boleira, que lembra que a antena de uma emissora de televisão que ficava instalada na rua em que mora, no Alto do Ipiranga, caiu em cima de duas casas vizinhas.

Ainda, segundo Tania, os estragos demoraram a ser consertados. Isso porque, outras famílias passaram pela mesma situação. Com isso, naquele ano, a procura por materiais para o conserto dos estragos aumentou e os depósitos de construção não conseguiam suprir a demanda, pois era uma tarefa difícil para a época.

Mortes

Uma reportagem da Revista Revide de maio de 1994 publicou que morreram três pessoas em razão do vendaval. Uma idosa de 77 anos de idade, uma mulher de 32 anos, e o filho de apenas 12 anos, que estavam em uma casa que desmoronou.

Além disso, os estragos pela cidade foram registrados, como a queda de árvores na Avenida 9 de Julho, o desmoronamento da cobertura da Cervejaria Antárctica e o rompimento da rede de energia elétrica, que deixou quase que a cidade inteira sem eletricidade.  


Foto: Arquivo Revide

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