Venezuelanos precisam de doações enquanto aguardam tratamento de filho em Ribeirão
Família de imigrantes veio para o município com a espera de buscar a cura para a doença rara de menino
Uma família de venezuelanos precisa de doações enquanto aguarda o tratamento do filho em Ribeirão Preto. A família busca uma chance de cura para José Miguel Rosendo, de nove anos. A criança sofre de uma doença rara chamada disceratose congênita e, devido à crise, não encontrou tratamento na Venezuela.
Existem duas saídas para a doença e uma delas já está em andamento. José passará por tratamento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Caso o procedimento não faça efeito, o pequeno venezuelano precisará de um transplante de medula.
A irmã Maria Lourdes Leon Rosendo, de cinco anos, é a possível doadora, mas são necessários vários testes para confirmar a compatibilidade e o melhor momento para o transplante ser realizado.
A família é da La Guaira, cidade a 30 km da capital Caracas. A médica que acompanha a criança na Venezuela se encontrou, em um congresso, com o professor da Faculdade de Medicina e diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, Rodrigo Calado, que concordou em recebê-los.
“É uma nova oportunidade de vida para meu filho. Aqui, em Ribeirão Preto, voltamos a ter esperança de cura”, afirma, confiante, Nylce Rosendo Reyes, mãe do garoto.
Enquanto o tratamento acontece, a família está vivendo na Associação Brasileira de Combate ao Câncer Adulto e Infantil (Abraccia). “São pessoas simples que buscam em Ribeirão Preto salvar o filho dessa doença”, afirma a assistente social Raquel Tofetti Martins.
O que é disceratose congênita?
A disceratose congênita é uma doença hereditária rara, que afeta, principalmente, os homens. Se caracteriza por manchas na pele, deformidades nas unhas e lesões na boca e língua, com o surgimento de manchas esbranquiçadas. A disceratose pode provocar diversos sintomas. A falência medular, que afeta diretamente a produção das células sanguíneas, é a principal causa de morte precoce e também descrita como predisposição para outras doenças malignas.
Como ajudar
A família está morando na Abraccia sem qualquer custo. Alimentação, um quarto e transporte para o hospital são custeados pela instituição. Atualmente, nove famílias vivem no local, que sobrevive por meio de doações. Quem puder colaborar, poderá doar: material de limpeza, café, açúcar, frutas e leite.
Segundo funcionários da Abraccia, José também precisa de brinquedos e de uma televisão, para ter com o que se entreter durante o período em que ficará no hospital. A previsão é que a família passe o Natal e o Ano Novo no município.
Abraccia Ribeirão Preto
Rua Visconde de Inhaúma, 1279 - Centro
Mais informações pelo telefone: (16) 3621 2201.
Foto: Pixabay