Estado de São Paulo deve ter mais chuva nos próximos anos, diz pesquisa
O trabalho foi feito com base em mais de 70 anos de dados meteorológicos

Estado de São Paulo deve ter mais chuva nos próximos anos, diz pesquisa

Estudo feito por pesquisadores de universidades dos EUA e do Brasil aponta que clima vive momento de extremos

As mudanças climáticas têm alterado o padrão de chuvas no Brasil, particularmente no Sudeste do País. É o que indica uma nova pesquisa que aponta um aumento médio tanto no volume de água quanto nos dias em que chove no Estado de São Paulo. O trabalho foi feito com base em mais de 70 anos de dados meteorológicos.

As conclusões estão em artigo publicado no International Journal of Climatology, produzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, da National Oceanic and Atmospheric Administration, ambas dos Estados Unidos, e do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo.

Os pesquisadores focalizaram o período de maior precipitação no Sudeste brasileiro, que vai de outubro a março. Observou-se que as chuvas estão diminuindo na parte norte da região Sudeste, sobre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, e aumentando no Sul. E a tendência é que esse padrão continue nos próximos anos.

“Essas tendências estão se tornando mais dramáticas. Isso vai ficar mais frequente e pior. Onde chove muito vai chover mais. Onde há seca vai ficar mais seco. O governo e a população precisam entender o que está acontecendo com o clima para planejar e melhor se adaptar às mudanças”, alerta Leila Carvalho, professora associada no Departamento de Geografia da Universidade da Califórnia.

Padrão de extremos

Segundo os pesquisadores, as alterações no regime de chuvas observadas para a região Sudeste estão inseridas em um contexto maior, pois um dos sinais mais robustos das mudanças climáticas no Brasil é justamente o secamento no Norte e no Nordeste e o umedecimento no Sul e no Sudeste.

Muito embora os dados analisados no trabalho terminem em 2012 – portanto não incluindo o período da seca do verão de 2014/2015 –,  os pesquisadores apontam que a tendência permaneceu a mesma nos últimos anos, e que aquele período de seca “foi um ponto fora da curva”, como afirma outra autora da pesquisa, Marcia Zilli.

Com informações Agência Fapesp


Foto: Leonardo Santos

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