Região Metropolitana de Ribeirão Preto teve quatro registros oficiais de tremores
Centro de Sismologia da USP recebeu comunicações devido ao abalo que aconteceu durante nessa segunda-feira, 20, em Delfinópolis (MG)
A Região Metropolitana de Ribeirão Preto teve quatro registros oficiais de um tremor de terra, por volta das 16h46 dessa segunda-feira, 20, segundo o Centro de Sismologia da USP. Com magnitude 3.9, esse abalo, que teve epicentro em Delfinópolis (MG), foi o maior dos últimos 29 anos nessa área próxima da divisa de Minas Gerais e São Paulo, ainda segundo o centro.
Ao menos três pessoas comunicaram sobre o terremoto no município de Ribeirão Preto. Um na Rua Canesin, na Zona Sul, um na Avenida Leão XIII, na Zona Leste, e outro na Avenida Independência, na região Central. O quatro registro oficial foi em Cajuru. Já segundo moradores relataram em redes sociais, em Cássia dos Coqueiros e Nuporanga também foi sentido o abalo.
De acordo com Marcelo Bianchi, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, o tremor representou uma expressiva movimentação de terra. "Registramos o abalo e foi sentido em vários locais. Ao todo, 80 pessoas entraram em contato conosco, mas não há perigo”, explicou.
Mais de 20 estações da Rede Sismográfica Brasileira registraram o evento na divisa entre os estados. De acordo com o centro de pesquisas, o sismo teve o epicentro de aproximadamente 12 quilômetros a oeste de Delfinópolis (MG), e 50 quilômetros a nordeste de Franca. Foi sentido de Uberlândia a Itaú de Minas (MG), e mesmo Ribeirão Preto (SP), a uma distância de até 200 quilômetros.
Os especialistas confirmaram a magnitude, 3,9 na escala Richter. Este foi menor do que o tremor de Sacramento (MG), em 1990, com magnitude 4,2, mas parecido com o tremor de 3,8 ocorrido em Passos (MG), em 1984. Esta região da fronteira entre sudoeste de Minas e nordeste de São Paulo costuma ter tremores de terra com certa frequência.
Em janeiro de 1922, ocorreu o maior tremor conhecido nesta região com magnitude 5,1 e epicentro perto de Mogi-Guaçu. Este de 1922 foi bem maior que o desta semana e foi sentido em metade do estado de São Paulo, sul de Minas e até a cidade do Rio de Janeiro. Causou algumas trincas em algumas cidades na região do epicentro.
Brasil
A magnitude 3,9 ainda pode ser considerada pequena, mesmo para o Brasil. Todo ano ocorre ao menos um sismo desta magnitude em alguma parte do País. Pequenos tremores podem ocorrer em qualquer região do país, pois a crosta terrestre está sujeita a pressões geológicas que ocasionam, de vez em quando, deslizamento entre blocos de rocha nas camadas mais rasas (até 10 ou 20 km de profundidade).
“Não sabemos exatamente por que esta região limite entre MG e SP costuma ter mais sismos do que outras áreas do Sudeste. Uma hipótese é que nesta região a espessura da placa litosférica (placa tectônica da América do Sul) é mais fina do que no resto do Brasil, o que pode concentrar tensões geológicas nas primeiras dezenas de quilômetros da crosta. Não é possível prever se ocorrerão outros tremores ou se este foi um sismo isolado. O tremor de 1922 foi um único evento isolado. Já o de Sacramento de 1990 teve algumas pequenas réplicas bem pequenas por alguns meses”, concluiu Bianchi.
Em 2018, ano passado, a Rede Sismográfica Brasileira registrou mais de 325 sismos no território nacional com magnitude entre 0.4 e 4.6. Confira o mapa com as regiões epicentrais:
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