Ribeirão Preto recebeu 625 raios em apenas um mês

Ribeirão Preto recebeu 625 raios em apenas um mês

Número é superior à média registrada na cidade; Saiba os cuidados que devem ser tomados durante as chuvas

Ribeirão Preto registrou alta quantidade de raios de 4 de dezembro de 2015 a 4 de janeiro de 2016. O número foi quase o dobro da média mensal realizada pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De 4 de dezembro de 2015 a 4 de janeiro de 2016, foram registrados 625 raios na cidade, sendo o período com maior incidência entre os dias 4 a 9 do último mês. Comparado à mesma época nos anos anteriores, o número de raios registrados foram de 369 no município, sendo o período com maior incidência de 14 a 20 de dezembro.

Anualmente, Ribeirão Preto é atingida por 4.735 raios. A média mensal varia em até 400 raios na cidade. São Paulo é um dos Estados com maior incidência nesta época: durante o ano são aproximadamente 2 milhões de descargas elétricas. Na região Sudeste, o verão é a estação do ano com maior incidência de raios. O Estado de São Paulo ocupa a 6ª posição entre todos os estados brasileiros, com uma média de 9,29 raios por quilômetro em um ano.

Proteção contra raios

Com base nas informações coletadas sobre as circunstâncias de morte por raio mais comuns, o ELAT desenvolveu uma cartilha detalhada de proteção contra as descargas elétricas, cujas recomendações devem ser seguidas durante as tempestades. Se possível, o melhor é sair da rua na hora de uma chuva forte com raios e trovoadas.

A especialista do Grupo de Eletricidade Atmosférica, Anelize Condino, diz que dentro de casa não é recomendado utilizar telefone com fio. “Não fique perto de tomadas, canos, janelas e portas metálicas e não toque equipamentos ligados à rede elétrica”.

Se estiver na rua, o recomendado pelo Instituto é procurar abrigo nos seguintes lugares:

- Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
- Em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;
- Em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis;

Ao ar livre é importante evitar segurar objetos metálicos longos (varas de pesca, tripés, tacos de golfe etc.), empinar pipas e aeromodelos com fio, andar a cavalo e ficar em contato com a água. Saiba que pequenas construções (tendas, barracos, celeiros), veículos sem cobertura e árvores oferecem risco e não protegem.

Evite de ficar no topo de morros, no alto de prédios, em áreas descampadas, em estacionamentos, próximo a cerca de arame ou embaixo de árvores isoladas.

Conheça mitos e curiosidades sobre raios esclarecidos pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?

Não é verdade e uma prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe ao menos seis descargas atmosféricas por ano. A origem desse mito está nos índios, que usam pedras atingidas por raios como amuletos, acreditando que estão protegidos contra os relâmpagos.

É perigoso ficar dentro do carro durante a chuva? 

Na verdade, o veículo fechado é o local mais seguro contra raios – nunca ninguém morreu no Brasil atingido por raio dessa forma. Se o carro é atingido por um raio, a descarga elétrica se espalha por sua superfície metálica, sem atingir quem está dentro dele. Mas ao abrir a porta, a descarga transita por dentro do veículo.

Espelho atrai raios? 

O mito vem dos tempos em que os espelhos tinham molduras metálicas bem grossas – elas, sim, são um atrativo para as descargas.

Qual é a diferença entre trovão, raio e relâmpago? 

Relâmpago é toda descarga elétrica emitida por uma nuvem; raio é a descarga elétrica que toca o solo. Trovão é o som produzido pela descarga elétrica.

Dá para saber a que distância caiu o raio? 

É possível estimar a distância em quilômetros com um cálculo simples: basta contar o tempo (em segundos) entre o momento que se vê o raio e se escuta o trovão e dividir por três obtendo-se a distância aproximada em quilômetros.

Existem raios que não partem das nuvens? 

Sim, são os chamados raios ascendentes, que saem de estruturas altas (torres, prédios altos) em direção às nuvens. Correspondem a cerca de 1% dos raios. O ELAT foi o pioneiro no registro deles no Brasil, observados em torres do pico do Jaraguá na cidade de São Paulo.

Os raios são diferentes em diferentes regiões? 

Sim. No Brasil, os raios do Rio Grande do Sul tendem a ser mais fortes e destrutivos do que os que caem em outras partes do país.


Foto: Divulgação

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