Astrônomo amador de Sertãozinho cria projeto para deixar as pessoas mais perto do céu
O astrônomo amador Marco Aurélio se diz um predestinado quando o assunto é o Universo

Astrônomo amador de Sertãozinho cria projeto para deixar as pessoas mais perto do céu

Luar do Sertão realiza encontros na região de Ribeirão Preto para observação do Universo

O representante comercial Marco Aurélio Esparza se sente um predestinado quando o assunto é o Universo. Astrônomo amador, ele lembra que nasceu em Mirassol, só porque o município que os pais viviam, Cosmorama – ambas na região de São José do Rio Preto -, não tinha uma maternidade na época, além de lembrar que a data de nascimento foi exatamente em um periélio, que é quando a Terra está mais perto do Sol.

Seduzido pela passagem próxima ao planeta do Cometa Halley em 1986, Marco Aurélio, desde jovem, interessou-se pela astronomia, ainda mais por ter adquirido alguns conhecimentos básicos no período em que era escoteiro. Também fã de meteorologia, ele criou um projeto em Sertãozinho que deixa as pessoas mais próximas do céu, em que organiza encontros para observação dos astros e estrelas nas noites da região de Ribeirão Preto.

O Luar do Sertão é baseado no projeto Astronomia para Todos, de Batatais, e reúne grupos de astrônomos amadores que querem entender o cosmos e foi criado há sete anos depois que o representante comercial participou de um encontro em Batatais, e que constatou que conhecia poucos astrônomos amadores na região de Ribeirão Preto.

Ele conta que, desde então, tem conseguido mostrar para as pessoas que não conhecem astronomia, onde estamos posicionados na vastidão do universo. “Elas ficam abismadas”, comenta Marco Aurélio, ao se lembrar das reações com as quais já se deparou quando levou o próprio telescópio para encontros, que ocorrem em festas e escolas.

Para aproximar o cidadão comum deste “universo”, sem trocadilho, ele se utiliza de comparações e informações simples, como o tempo que demora para chegar a Luz do Sol na Terra (8 minutos e 19 segundos) ou curiosidades, como a carreira oculta de astrofísico do guitarrista do Queen, Brian May,

“Com essas informações você vai se inteirando com a pessoa e com isso faz com que ela absorva esse conhecimento”, explica Marco Aurélio, que conta que o principal momento dos encontros é quando as pessoas vão observar o céu no telescópio e se emocionam.

“Uma senhora de 89 anos chegou para olhar a Lua pelo telescópio e de repente começou a chorar. Perguntei o motivo, e ela disse que a partir daquele momento poderia morrer feliz, porque tinha visto a Lua de perto. Até eu chorei”, comentou o astrônomo amador, que em razão do hobby foi até escolhido para carregar a tocha olímpica na passagem por Sertãozinho, no revezamento entre cidades brasileiras, em 2016.

Marco Aurélio ainda tem uma página no Facebook – O que ver no Céu? – em que informa diariamente quais os fenômenos que podem ser admirados naquele momento.


Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Martins

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