Com passagens por Ribeirão Preto, jovem diretora sonha em filmar seu próprio filme em 2018
A artista visual dá conselhos e conta detalhes de sua vida profissional

Com passagens por Ribeirão Preto, jovem diretora sonha em filmar seu próprio filme em 2018

Tamara Santos trabalha como assistente de câmera e diretora fotográfica em algumas produções de Hollywood

Com passagens e família em Ribeirão Preto, a jovem Tamara Santos, de 26 anos, diz que uma de suas metas para 2018 é o sonho de filmar seu próprio filme, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A cineasta tem trabalhado como assistente de câmera e diretora fotográfica em algumas produções de Hollywood.

A diretora é nascida em Campinas (SP), mas vive na América do Norte. “Fiz minha pós-graduação em Cinematography (Diretor de Fotografia), na Universidade da Califórnia. Los Angeles foi um pouco acidental. Minha família tinha planos de morar aqui, e acabou conciliando o que eu queria fazer com o lugar que eles escolheram. Hoje eu não me vejo morando em outro lugar. A indústria de cinema aqui é muito forte e é o lugar ideal pra quem está começando e quer trabalhar com bons diretores, e clientes relevantes”.

Tamara Santos durante o trabalho em Hollywood

Tamara fala que o sonho começou em sua infância, quando era levada pelos pais até a locadora de seu bairro para escolher um DVD. “Cinema sempre foi um hobbie na minha família e em paralelo eu sempre gostei de fotografia. Eu ganhei minha primeira câmera com 15 anos, uma Nikon D600 e comecei a produzir pequenos ensaios fotográficos com meus amigos para o Fotolog. Apesar do interesse na área, nunca achei que surgiria a oportunidade para seguir essa carreira. Vindo de uma família de classe média do Brasil, “viver de cinema” parecia totalmente platônico. Mas aos poucos, fui dando os primeiros passos, ganhando reconhecimento e incentivo dos profissionais da área, e foi aí que decidi que deveria explorar a cinematografia como profissão”. 

As inspirações de Tamara vêm de astros como Emmanuel Lubezki, Matthew Libatique e Bradford Young. “Acredito que nessa profissão, assim como em qualquer outra de alto nível técnico, é preciso estar constantemente fazendo pesquisas, testando novos equipamentos, praticando técnicas diferentes, formando sua equipe. Quando não estou em filmagem, procuro escutar um podcast chamado Wandering DP (disponível no Itunes) e assisto os vídeos de um canal do YouTube chamado Cinematography Database

A jovem cineasta busca o diferente em sua carreira Tamara explica que possui um fato curioso em sua carreira. “A maioria do meu vocabulário técnico de trabalho é em inglês, eu aprendi aqui. E quando empresas brasileiras me contratam ou eu trabalho com equipes do Brasil, eu sempre me confundo com o nome das coisas e sempre aprendo termos novos. As pessoas sempre fazem piada com isso e me ensinam nomes que não existem”.

Entre as dicas recomendadas para quem busca espaço na indústria do cinema, a jovem diretora fala que é preciso inovar. “Em todas as áreas, mas principalmente no cinema, existe muita gente repetindo fórmulas que deram certo e se contentando com um resultado mediano. Mas todos os profissionais expoentes que eu conheci não tiverem medo de criar algo polêmico, estranho ao público. Eu sempre reflito sobre meu estilo de fotografar e tento separar o que é referência do que é autoria própria e tento elaborar minhas próprias criações”.

Para ela, investir e descobrir o diferente é um conselho importante. “Descubra e invista no seu diferencial. Sem medo de ser fora da normalidade. Tudo bem aceitar fazer um trabalho mais banal para pagar as contas, mas não se acomode. Aqueles que são reconhecidos por sempre criar algo diferente são os que os produtores procuram primeiro quando querem apostar em algo inovador”.


 


Fotos: Divulgação

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