Conheça Braille, o cão que ajuda deficientes visuais em Ribeirão Preto
Na Adevirp, Marlene Taveira Cintra diz que o mascote traz confiança para os beneficiados
A experiência de vida da presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e Região (Adevirp), Marlene Taveira Cintra, faz com que o trabalho com um animal de estimação seja o diferencial no atendimento de deficientes visuais da cidade e da região. O atual mascote Braille é o terceiro utilizado pela instituição no auxílio e ganho de confiança para as pessoas cegas.
Com seis anos, Braille é um cão da raça Collie australiano. Antes dele, a Adevirp contou com a presença de Lassie e Braika que possuíam a mesma função. A entrevista foi com Marlene e sua equipe de apoio, mas o protagonista chegou bem na hora das perguntas e espalhou seu charme durante o bate-papo.
“São dois assuntos que inconscientemente causam uma magia diferente, a cegueira e o cachorro. Eu sempre tive um cão em minha vida, desde bem pequenina. Entretanto, quando fui para universidade, conheci uma cachorra chamada Braica. Logo que cheguei, ela se tornou minha melhor amiga. Ela se afeiçoou a mim de tal maneira que depois de um tempo juntas, parecia ser minha cachorra e não da faculdade”.
Ao manter-se mais próxima dos cães, Marlene descobriu que seu contato com Braika facilitava o convívio naquele local. “Eu estava no primeiro ano do ensino superior, mas já alfabetizava crianças com deficiência visual e outras deficiências associadas, como o autismo leve. Esse cão me ajudou muito, ele era facilitador para socialização no processo de alfabetização”.
Em Ribeirão Preto, a Adevirp foi fundada há 20 anos. “Foi nesse período que me lembrei da experiência com a Braika e decidi trazer um cão da mesma raça. O contato com os cachorros virou uma de nossas virtudes”.
O Braille, atual mascote, foi uma doação da Ouro Fino, e tem ajudado no bem-estar dos beneficiados. “Carinhoso, ele traz uma boa convivência, sendo um facilitador na socialização dos deficientes visuais. Tem crianças que possuem dificuldades e, graças a ele, elas se tornam mais amorosas e aprendem a socializar”.
Interativo, o Braille se comunica de várias maneiras. Com latidos e barulhos, ele emite diversos sinais sonoros para os cegos. “Acredito que o cão em nossa instituição faz a diferença no atendimento. Ele é um cachorro próximo de todos. Todo mundo cuida do Braille e quer estar perto dele. Uma experiência de amor entre pessoa e animal”.
Fotos: Amanda Bueno
