Cresce seis vezes a quantidade de ribeirãopretanos que moram fora do Brasil
Declarações de saída definitiva aumentaram de 9 para 58 entre os anos de 2012 e 2016 em Ribeirão Preto
Desde 2012, aumentou em seis vezes a quantidade de moradores de Ribeirão Preto que declararam que estão deixando o Brasil para ir morar no exterior, segundo a Receita Federal. Em cinco anos – os números se referem ao período entre 2012 e 2016 –, saltaram de nove para 58 as declarações de saída definitiva.
E o número pode ser maior, isso porque, quando o contribuinte declara a saída definitiva do Brasil, ele pode incluir dependentes. A Declaração de Saída Definitiva do País deve ser apresentada entre os meses de março e abril e deve ser enviada pelas pessoas físicas que, no ano anterior, retiraram-se em caráter definitivo ou passaram à condição de não residentes no Brasil.
Declaração de Saída Definitiva do País - Fonte: Receita Federal
Ano de saída Total
2012 9
2013 21
2014 21
2015 46
2016 58
Um dos casos é do programador Guilherme Ribeiro, que decidiu se mudar para Londres, capital do Reino Unido, para dar um impulso na carreira. Ele conta que já tinha um bom emprego em Ribeirão Preto, porém, sentia que não haveria muitas oportunidades para crescer profissionalmente.
“Eu vim buscar um network com pessoas de cabeça mais aberta”, comenta Guilherme, que também buscava aperfeiçoar o inglês e conhecer uma cultura diferente. “No começo eu não tinha certeza se iria ficar muito tempo. Então, vim meio que ver se iria rolar”, complementa o programador.
Porém, ele aponta que o fator decisivo foi econômico. “Sinceramente, me incomodou o fato de ter um bom salário, mas não conseguir comprar tudo que precisava, como um bom notebook ou uma guitarra legal”, que ainda diz que a onda conservadora que tem tomado a política brasileira o deixou em alerta.
Isso porque, ele acredita que os britânicos são mais abertos a entender diferenças culturais, mesmo com medidas mais extremas, como o “brexit”, a saída do Reino Unido da União Europeia. “Embora o brexit tenha acontecido, você não sente nenhum racismo por ser imigrante, pelo contrário”, afirma.
Guilherme diz que não pensa em voltar para o Brasil em breve. Pretende ficar mais um tempo na Inglaterra e construir o próprio negócio antes de avaliar a possibilidade. “Mas a longo prazo”, conclui.
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