Grupos de leitura são alternativas de hobbies para jovens da região
Grupos de leitura são alternativas de hobbies para jovens da região

Grupos de leitura são alternativas de hobbies para jovens da região

Confira histórias de quem se aproximou de novos amigos com essa iniciativa

Já dizia Clarice Lispector, a palavra é o domínio sobre o mundo. É neste sentido que jovens da região têm encontrado em grupo de leitura on-line a chance de debater e repassar conhecimento de maneira leve e tranquila.

Letícia Agostinho diz que desde criança ama ler livrosA estudante Letícia Agostinho, 20 anos, assessora parlamenta da Câmara Municipal de Batatais, diz que foi sua mãe a principal responsável pelo incentivo à leitura. “Desde pequena, ela montava cestas de gibis e historinhas para que eu me interessasse. Conforme cresci, junto a este hábito, intensifiquei isso e hoje gosto de livros mais técnicos. Gosto de livros que falem sobre política, mas principalmente livros de história. Você entra em uma realidade paralela que mexe muito com a imaginação”, diz.

A jovem conta que participa de um grupo com mais duas pessoas. “Infelizmente, por conta da correria desta época de eleição demos uma pequena parada, mas vamos voltar o mais rápido possível. A cada mês lemos um livro e discutimos o ponto de vista do mesmo. A obra que eu e meus colegas de leitura mais gostamos de discutir foi o livro 1984 de George Orwell. Espero que voltemos o mais rápido possível, pois é uma coisa que faz falta na minha vida”, conta.   

Grupos de leitura virtuais

Laura Santana fala que já participou em alguns grupos de leitura diferentesAlguns amigos continuam com esta tradição de participar ou criar grupos on-line para praticar a leitura mesmo que de maneira pessoal com seus amigos. Laura Santana, 24 anos,  fala que já participou de alguns grupos pela internet, mas a maioria era para reunir fãs de uma mesma obra ou autor.

Ela conta que está apenas em um grupo atualmente. “Ele já tem alguns anos e já estou há algum tempo. A conversa flui tranquila, postamos coisas do dia a dia, mas também falamos de livros, autores, previsão de histórias, autores novos e até as feiras de livros que acontecem por aí", explica.

Leticia dos Santos Filha, 21 anos, ama ler livros de fantasia, romances, suspense e drama. “Na verdade não tenho gêneros favoritos, leio qualquer coisa. Às vezes a Letícia exalta o laço de amizade criado no grupo de leiturapessoa lê pouco por falta de interesse ou preguiça, mas após ouvir relatos sobre a história e o entusiasmo de muitos ao acabar de ler um livro, essa pessoa acaba sendo incentivada", acredita.

A jovem participou de debates sobre a leitura por meio de um grupo do Facebook. “Todo mês escolhíamos um livro para que fizéssemos um bate-papo depois de concluir a leitura. Depois de um tempo, por causa da faculdade, precisei sair desse grupo. Entretanto, uma amiga me falou sobre um grupo de leitura no WhatsApp. Ela me adicionou e já são dois anos nesse grupo. O nome é Os livros me deram amigos (OLMDA). E realmente mesmo estando longe da maioria, os livros nos uniram”, conta.                

“Nesse grupo conversamos sobre livros, discutimos lançamentos, soltamos alguns spoilers. Tentamos influenciar o outro a ler aquele livro que lemos e amamos. Criamos um laço muito forte, brincamos muito também e o grupo não se torna chato”, finaliza.

Leitura familiar

Uma família ribeirãopretana estreita suas relações com a leitura. As relações das primas são algo que aproxima o contato. Caroline Fernandes da Silva, 11anos, diz que adora a leitura, pois não sabe como são os personagens, os lugares onde a história se passa e é legal imaginar esses pontos.

Elaine e Carolina trazem a família para o mundo das histórias A criança ressalta que ama contar histórias, principalmente a suas amigas. “Adoro contar histórias para as minha amigas, mesmo que elas não entendam muito. São histórias que duram quase uma hora”, afirma.

Sua prima, Elaine Cristina Gonçalves, 25 anos, leitora nata de romance, fala que ambas costumam trocar contos diariamente. “Tenho um acordo selado com ela, se as notas dela na escola forem boas, eu deixo ela escolher um livro para ler e depois trocamos figurinhas”, diz.

Para Elaine, a leitura é um hobby. “É lá que consigo desconectar desse mundo em que vivemos. São segundos que viajo sem sair do lugar. É fugir dos problemas e das telas da TV, celular e desse mundo tecnológico”, fala.   

Grupos para todos

A livreira e estudante Mariane Leonel dos Santos, 23 anos, conta que existe em Ribeirão Preto um grupo de leitura ou clube de leitura que é uma reunião de pessoas com a intenção de discutir um livro ou livros, podendo ser temático e A livreira Mariane Leonel fala que as palavras já se tornaram parte do que ésempre com um mediador para auxiliar a discussão e as escolhas de leitura do grupo.

No caso da discussão literária, sem ser temática, os participantes expressam o que acharam do livro, tanto sobre qualidade narrativa e outras questões técnicas, quanto, principalmente, os aspectos pessoais da leitura.

A jovem detalha que sua relação com a leitura é praticamente de sobrevivência. “Eu procuro ler todos os dias, busco conhecimento e diversão. Desde criança fui assim e os livros e as palavras já se tornaram parte do que sou. Penso que deveria ser assim com todos. Na confusão da adolescência e vestibular minha única certeza era minha paixão pelos livros e tudo aquilo que eles têm a oferecer. Eu nasci e sempre morei em Ribeirão e descobri o curso de ciências da informação e biblioteconomia aqui na USP”, conclui.
 



 


Fotos: Arquivo Pessoal

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