Estudante de Arquitetura se inspira em escola de Ribeirão Preto para realizar projeto em Marília
Ela realizou pesquisas e entrevistas para criar um espaço acessível
A estudante de Arquitetura Luany Guimarães Batista, de 23 anos, buscou inspiração em uma escola de Ribeirão Preto para realizar um projeto em Marília, cidade onde nasceu e que fica a cerca de 270 quilômetros do colégio ribeirãopretano escolhido, o Centro de Educação Especial e Ensino Fundamental Egydio Pedreschi.
Durante o ano, Luany se debruçou em pesquisas sobre como poderia criar um espaço que fosse totalmente acessível e incentivador ao público da cidade onde vive.
“Meu projeto é de um Centro Recreativo Inclusivo 'Unindo lazer e desenvolvimento'. É um local onde os deficientes possam ter aulas de artesanato, musicalização, teatro, dança, culinária, pintura, horticultura, recreação aquática e esportes. O projeto também foi pensado para que o deficiente tenha uma experiência sensorial, por isso inclui um jardim sensorial e uma sala com métodos terapêuticos chamada sala snoezelen. Eu quis usar a arquitetura como principal agente incentivador, usei varias formas geométricas pra estimular a imaginação e também as cores como apoio direcional”, conta.
Um detalhe importante do projeto é que Renan Ribeiro Fonseca, de 26 anos, estudante do Egydio Pedreschi, que possui uma deficiência intelectual, foi fundamental para a pesquisadora. Ambos se conhecem há, aproximadamente, 13 anos.
“Por conta da amizade, eu tive oportunidade de participar de uma feira desta escola e fiquei admirada com os trabalhos dos alunos. Como eu já estava fazendo o curso de Arquitetura, escolhi o tema do meu trabalho de conclusão de curso a partir disso. Além de ter como inspiração o Renan, também consegui incluir algo que eu gosto muito - as atividades”, explica.
Para utilizar a escola de referência, a estudante realizou uma visita técnica a Ribeirão. “Precisava conhecer o espaço e o funcionamento. Também fiz uma entrevista com a Luciana, mãe do Renan, para saber o que estava faltando e o que eu podia melhorar”.
Luciana Mara Ribeiro Fonseca, de 46 anos, enaltece o trabalho de Luany e diz que a iniciativa representa o cuidado e a atenção a quem tem necessidades especiais. “Igual ao Egydio, não existe outro local, mas o projeto da Luany é ainda mais inovador”.
A mãe de Renan explica que, para que o projeto tivesse sucesso, era importante que a estudante conhecesse o método do local e o que foi feito. “Uma escola para pessoas deficientes tem de ser adaptada, não pode ser igual a um local para pessoas normais. A forma de ensino não é alfabetização, mas, sim, os ensinamentos da vida, como: pintar, amarrar um sapato e aprender coisas com base em comparações”, finaliza a mãe.
Foto: Divulgação