Lições da maturidade

Lições da maturidade

Renomado advogado Brasil Salomão completa 80 anos

Símbolo de força, referência profissional e por uma vida inteira em busca de justiça e igualdade. Brasil do Pinhal Pereira Salomão completa 80 anos de vida neste dia 18 de novembro e o Portal Revide traz fragmentos da história desse grande homem: brasileiro desde o registro pessoal que carrega no próprio nome – uma marca que imprimiu a ele ainda mais protagonismo em sua trajetória de vida - pautada por uma conduta ética, por muita determinação e olhar visionário.

Nascido em Espírito Santo do Pinhal, em 1941, o advogado também traz a cidade natal como sobrenome – as duas homenagens em sua carteira de identidade foram feitas por seu pai, José Pedro Salomão.

A segunda morada de Brasil Salomão foi Monte Aprazível, a 240 km de Ribeirão Preto, mas viveu lá apenas até os oito anos de idade, pois sua família precisou seguir uma trajetória por sete cidades do interior de São Paulo, para acompanhar o seu pai, que era funcionário público.  

Foi lá que o pequeno Brasil,  com sete anos de idade, impressionou-se com a gravação do nome “Dr. Jaime Martins de Oliveira”, numa placa instalada na fachada da residência do então colega Moacir de Oliveira. Era a banca do pai do garoto, advogado conceituado no interior de São Paulo. O menino Brasil descobriu o sonho de ter uma placa como aquela, com seu nome gravado. Nascia ali sua primeira ligação com a advocacia.

A próxima cidade a exercer papel determinante na vocação do jovem foi Rio Claro. Aos 13 anos, quando cursava a terceira série (antigo "ginasial") no Ginásio do Estado Joaquim Ribeiro, Brasil teve contato com uma orientadora pedagógica. Quando ela perguntou na classe quem já sabia o que queria fazer da vida, ele foi o primeiro a responder: “Direito”. A profissional, então, orientou o jovem a procurar informações reais sobre a profissão junto a pais de amigos que eram advogados. Assim fez Brasil, e o sonho de infância ganhou força na adolescência.

Mas os pais de Brasil Salomão não apoiavam o plano. A mãe, Vera Cruz Pereira Salomão, era professora primária e comungava  as aspirações em voga entre os pais da época: ver o filho passar em um concurso para Banco do Brasil ou Banespa. Já o pai queria mesmo que ele fizesse Medicina.

Elo com Ribeirão Preto

Desde 1963, quando Brasil Salomão veio para Ribeirão Preto, ele não saiu mais. Na cidade que elegeu como sua por identificação e pelos laços que criou. Quatro anos depois desta mudança, em 1967, ele se casou com Lúcia Helena Viana Salomão, em São Paulo, na igreja Santa Terezinha em Higienópolis,   esposa a quem é devotado e não esconde admiração sempre que a menciona em seus relatos. Juntos, eles construíram toda história de amor e união em Ribeirão Preto.

No lado profissional, Brasil acabou prestando concurso para a Secretaria de Estado da Fazenda. Passou. Mas, paralelamente, ingressou na Faculdade de Direito Laudo de Camargo, da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp).

De 1963 a 1968, fez carreira na Fazenda - primeiro como coletor estadual em Ribeirão Preto, em seguida como inspetor de arrecadação – administrando mais de 50 cidades na região – e, por fim, chefe de postos fiscais em municípios como Pontal, Jardinópolis, Barrinha, Santa Rosa de Viterbo, São Simão e Cravinhos. Exercia o cargo em Ribeirão Preto quando formou-se em Direito, em 1967.

Logo depois de formado, veio então em 1968 o convite que mudaria definitivamente sua vida. E partiu de um amigo que sequer era advogado. Antônio Carlos Próspero, o Caio, era então um empresário bem-sucedido, que trabalhava com rifas de caminhão, mas queria mudar de ramo. Por isso, propôs investir na criação da banca de advocacia de Brasil. Se o amigo aceitasse, ele mesmo ingressaria no vestibular para o curso de Direito. Mas o preço era alto para o bacharel: abandonar a segurança do emprego público.Baile de formatura do advogado, ao lado dos pais e da esposa

Lúcia Helena estava, então, grávida do primogênito, Marcelo. Ouviu o convite de Caio ao lado do marido e por ele foi consultada na hora. Achou “interessante” e o incentivou.

“O meu primeiro companheiro na banca não era nem advogado, nem estudante. Virou estagiário e um amigo de coração, um irmão, daqueles que a gente faz para vida. Excepcional!”, derrama-se Brasil.

Foi dada assim, em 1º de março de 1969, sem garantias, a largada para a realização profissional. Brasil chamou Alberto Abbud, seu colega na faculdade, para integrar o escritório. Levou junto tudo o que aprendeu na Fazenda do Estado, sobretudo em administração e organização.

Sua experiência na pasta também rendeu o primeiro cliente, já no segundo dia de funcionamento do escritório: Francesco Cammilleri,  proprietário do restaurante Bella Sicília.

Com a família em homenagem na Câmara dos Vereadores

Em seguida vieram famílias de panificadores de Ribeirão e região, que procuraram a banca de advocacia quando o Estado passou a lhes cobrar um imposto novo - o ICM - de uma forma que Brasil sabia ser arbitrária. Esses novos clientes lhe trouxeram popularidade, ficando conhecido como o “advogado das massas”. Com o tempo chegaram outros clientes a procura de seus serviços para causas em outras áreas.

Enquanto o escritório crescia já nos primeiros anos, a família formada por Brasil Salomão e sua esposa Lucia Helena também crescia. Em 1971, tiveram a segunda filha, Simone Viana Salomão. Brasil Salomão conta que os dois filhos cresceram dentro do escritório, vendo o pai ter como premissa atender aos clientes em tempo integral, mas sem nunca perder a atenção à sua família, que hoje tem nova geração formada pelos netos Arthur, Joao Pedro, Joaquim e Maria Julia e também pela nora Mariana Denuzzo Salomão, quem ele considera como filha.

Com a família, perto da neta mais nova

Visão de gestor

Com grande expertise na área tributária, Brasil Salomão teve então a visão de buscar, para cada nova causa em área que não dominava, um sócio especialista. Segundo ele, o crescimento de Brasil Salomão e Matthes Advocacia se deve muito a essa primeira iniciativa, de crescer para não perder o cliente.

Com a expansão vieram as filiais. A primeira foi aberta em São Paulo, em 1983. A segunda, em Franca (2002). Em 2005 houve necessidade de uma filial também em Campinas e, posteriormente, vieram as de Goiânia (2008), Três Lagoas (2009), Belo Horizonte (2010) e Rondonópolis (2017). No ano de 2018 foram fundadas duas filiais em Portugal, nas cidades de Porto e Lisboa. O nome Brasil Salomão atravessava o Oceano Atlântico.

Justo, ele faz questão de esclarecer que o mérito do crescimento para as filiais, sobretudo para Portugal, não tem dedo seu. E ressalta que é mérito, força e cultura dos jovens talentos que cresceram no escritório, tornaram-se advogados e hoje dirigem a banca.

Escorre orgulho da fala de Brasil Salomão ao comentar a atuação de suas “crias”, que formam uma geração com mais de 50 anos de trabalho. Entre eles, Marcelo Salomão, seu filho, hoje sócio-presidente, que o considera como o melhor amigo que alguém pode ter e reforça: “Meu pai é extremamente generoso. Com ele aprendi que devemos tratar a todos igualmente e que nunca podemos nos acomodar; que é melhor quem estuda e quem treina mais, em tudo”. O também tributarista diz que toda família e amigos comemoram nesta data os  80 anos de uma vida  construtiva e inspiradora. “Que privilégio para mim ser seu filho”.

A filha de Brasil Salomão, Simone Viana Salomão, administradora de empresas, conta que ele é a  síntese de homem bom transfigurado no pai mais doce, bem humorado, orientador e acolhedor. “Só tenho a agradecer pelo professor da vida e pelos ensinamentos de amor e respeito ao próximo”. Esses, entre tantos outros que nortearam sua vida como “Cliente é Rei e que família é o bem mais precioso do mundo. “Se pudesse dizer algo seria: Muito Obrigada!”.

Marca pessoal

 Amante dos livros, das leis e do futebol, aliás botafoguense e corinthiano convicto, Brasil Salomão tem sua origem familiar enraizada na imigração libanesa e traz desta cultura milenar o gosto pelo aprendizado contínuo e a religiosidade. Para ele, a fé é um traço peculiar – tanto que mantém viva durante estes anos todos uma frase de Einstein que diz: “existem, no mundo, dois tipos de pessoas: as que não acreditam em milagres e as que acham que tudo é milagre”. Ele se diz do segundo tipo e crê que tudo na vida é um milagre.


Fotos: Divulgação

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