Mulheres provam que é possível estar no comando de seus negócios
Empreendedoras de Ribeirão Preto falam sobre serem empresárias no dia Dia Global do Empreendedorismo Feminino
Neste sábado, 19, é celebrado o Dia Global do Empreendedorismo Feminino, data oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, para ressaltar a participação das mulheres no desenvolvimento econômico de um país. Pensando nisso, o Portal Revide entrevistou mulheres de Ribeirão Preto que provam que é possível ter sucesso com suas empresas.
É POSSÍVEL
Isabella Del Vecchio, 26 anos, é formada em Administração de Empresas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), trabalhou em multinacionais, e atualmente é sócia na empresa Petit Palais, loja e-commerce de produtos de decoração. A empresária explica que nunca notou diferença em ser empreendedora comparada aos homens. “Sinceramente, baseada em minhas experiências, não vejo diferença entre homem e mulher no empreendedorismo”, diz Isabella.
A empreendedora conta que a única vez que percebeu algum tipo de preconceito foi quando fez uma viagem a negócio para China, com seu sócio. “Quando fui a uma feira de decoração na China, acho que por se tratar de um país mais conservador, percebi uma diferença na hora das negociações, pois eles só discutiam com o meu sócio”, conta a empresária.
Em relação a ser empreendedora, Isabella explica que os desafios e responsabilidades são grandes, mas que a maior dificuldade de empreender no Brasil é o próprio país, por conta de vários fatores, como altos impostos, . “Empreender é um risco que tem que ser calculado diariamente. Mas, acho que a palavra que mais se enquadra é resiliência, pois você vai bater a cabeça, vai cair e vai ter que saber levantar. Acho que ser mulher e empreendedora ajuda bastante, pois nós temos mais jogo de cintura para lidar com o dia a dia”, finaliza a empresária.
Sofia Abrão, que está na frente da Le Sofiah, empresa de doces finos da cidade, afirma que os maiores desafios são 
manter a autoconfiança e saber conciliar trabalho, casa e filhos. “Também precisamos encontrar de fato uma oportunidade de negócio que você se identifique e goste muito”, conta a empresária.
Ela diz que outro desafio é superar a vontade de estar no controle de tudo. “Superar nossa vontade enorme de dominar tudo que acontece a nossa volta, é outro grande desafio. Temos que entender que a gente não dá conta de tudo. É preciso saber delegar”, explica.
Sofia finaliza afirmando a importância do foco e do bom relacionamento com as pessoas. “Ter foco no que é importante e não só no que é urgente é primordial, pois o dia a dia nos consome. Para isto, o importante é focar no que significa de fato o seu negócio, lembrando que uma empresa sobrevive sem muita coisa, mas não sobrevive sem vender. Outro fator importante é o networking, ter bom relacionamento com pessoas, que caso você precise, poderá sempre contar”, diz Sofia.
Índices
No Brasil, embora as mulheres sejam a maioria, sendo 51,4 % da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e terem maior tempo de estudo em relação aos homens, com 7,8 delas ante 7,4 anos deles, um levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), aponta que a desigualdade de salários em comparação com os homens ainda excede os 25%.
Isso, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), só será nulo daqui 87 anos . No Índice Global de Desenvolvimento de Empreendedorismo por Gênero, o Brasil se encontra na 36ª colocação como 43 % dos donos de empresas do sexo feminino. Do total de empreendimentos ativos no País, 30% estão sob o comando das mulheres ou as têm como sócias.
Em relação à presença da mulher no comando das empresas de pequeno porte, a pesquisa aponta que elas já são maioria, com 59% das pequenas e médias. Nas empresas classificadas como MEI – Microempreendedor Individual – o percentual sobe para 98,5%, segundo pesquisa da Mosaic.
Fotos: Arquivo Revide
