Músico radicado em Ribeirão Preto atua na escolha dos indicados ao Grammy
O produtor Márcio Cintra participa anualmente da escolha dos indicados à premiação americana
Natural de Franca, mas radicado em Ribeirão Preto, o músico Márcio Cintra é representante da região na academia de especialistas que escolhem os indicados do Grammy Latino, premiação de maior destaque entre artistas da América do Sul e Central.
Cintra conta que, para participar, é preciso integrar a indústria da música, que é comercial. Para ele, o Grammy é ligado à música business, como produtos que são comercializados.
“A partir do momento que tenho uma indicação de algo, automaticamente sou convidado a participar da academia, ou se sou parte de alguma associação musical, também serei convidado a participar, pois são essas pessoas que movimentam esta indústria”, fala Cintra.
O músico participou do Grammy Latino pela primeira vez na premiação de 2009. “No caso, nós tivemos uma indicação. Essa academia passa a premiar as músicas através desse colégio, que todos os participantes têm acesso. Ninguém pode votar em todas as categorias. Cada pessoa tem o direito de votar em nove, pois ninguém entende de tudo”.
Atuante na escolha dos indicados anualmente, Cintra foi às festas nos anos que teve algum trabalho indicado e, em 2010, quando ela foi realizada no Brasil. “Participo todos os anos, mas nem sempre vou às festas. Só quando tenho algum produto indicado, no caso participei em 2009, 2010 e 2014. É gostoso ir ao evento, pois encontro muitas pessoas da área. É uma festa legal”.
A festividade acontece com frequência em Las Vegas, capital do estado norte-americano Nevada. “Posso participar nos dois Grammys que existem, mas o outro não é algo que estou inteirado. Você vota em coisas que acredita ser bom. Se a pessoa possui uma indicação ou prêmio, muitas portas são abertas”, comenta.
Como funciona?
Quando chega próximo ao período de escolha dos artistas que participam do Grammy, cada representante da academia recebe o material para escutá-lo e vota em cinco de todas as categorias que tem direito. Os cinco mais votados passam a ser os indicados que chegam ao público em geral.
“É legal, pois adquirimos uma visão mais ampla da música no mundo. Enquanto músicos, olhamos a parte técnica e o nível de elaboração, mas, no mundo comercial, é diferente e é preciso se adequar. São duas coisas diferentes. As músicas mais conhecidas são as favoritas para ganhar. Isso envolve uma série de fatores”, explica Cintra.
Envolvimento com a música
Músico desde os nove anos de idade, são 25 anos no meio musical, como artista e produtor. “Atualmente sou contratado para produzir artistas. Para funcionar e atingir o público esperado é preciso muito mais do que cantar bem. As pessoas precisam entender que há gerenciamento, planejamento e investimento”.
Cintra finaliza ao dizer que toda música tem o seu público. “Existe aquela coisa romântica, a pessoa estava cantando, foi descoberta e ficou famosa, mas isso é mais difícil do que ganhar na loteria. Nem sempre o artista precisa atingir a todos para sobreviver”.
Foto: Pedro Gomes
