Pais de quadrigêmeos contam detalhes sobre a gravidez e o nascimento das crianças

Pais de quadrigêmeos contam detalhes sobre a gravidez e o nascimento das crianças

O depoimento foi divulgado pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto; prematuros, Arthur, Heitor, Benício e Alice devem receber alta nos próximos dias

Os pais Alexandre e Priscila Senoto dos quadrigêmeos Arthur, Heitor, Benício e Alice, contaram sobre a gravidez natural dos bebês e ainda se emocionam em depoimento divulgado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

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As crianças vieram ao mundo depois de 31 semanas e um dia de gestação. Os pequenos nasceram no dia 18 de outubro, com minutos de diferença. Prematuros e ainda internados no centro médico, foi comemorado nesse domingo, 17, o Dia Mundial da Prematuridade.

O HC divulgou o relato dos pais na íntegra. Confira:

Nossa experiência foi muito intensa, sabíamos que as crianças seriam prematuras desde a oitava semana de gestação, quando descobrimos que se tratava de gestação quadrigemelar. Recém-nascidos prematuros são menores e necessitam de atendimentos intensivos e específicos desde algumas horas antes do parto. Eles são verdadeiros guerreiros pela vida.

A cada semana de gestação conquistávamos uma vitória. Sempre com acompanhamento pré-natal rigoroso, iniciávamos uma nova semana de batalha pela vida, com bastante fé e dedicação.

Exatamente na 31º semana de gestação, as contrações tornaram-se rítmicas e dolorosas até que no dia seguinte, o doutor Ricardo Cavalli, após avaliação clínica, optou por "resolver" a gestação. Às 13h53 do dia 19 de outubro de 2019 nasceu o Benício, às 13h54 o Arthur, às 13h55h o Heitor e às 13h56 a caçulinha Alice.

O parto foi uma mistura de sensações indescritíveis. Houve muito medo, alegria, desespero e esperança. Foi incrível! As crianças foram preparadas para o mundo. Filmamos tudo: o corte da cesárea, retirada dos bebês, cortes dos cordões umbilicais, até o encaminhamento dos recém-nascidos à UTI neonatal.

Na UTI, as crianças são monitoradas e cuidadas 24 horas por dia. Visitávamos elas várias vezes. A sensação de ver seus filhos numa incubadora, com auxílios respiratórios, sondas e monitores eletrônicos traz sentimentos intensos de medo e incapacidade. Contudo, queríamos vê-los em nossos braços, sob nossa proteção. Do modo em que se encontravam, nem pareciam nossos filhos.

Após alguns dias na UTI, conforme os auxílios respiratórios eram retirados as crianças foram, uma a uma, encaminhadas para a Unidade de Cuidados Intermediários neonatal (UCIN). Sabíamos que a saída da UTI e a entrada na UCIN era consequência de melhora significativa das condições respiratórias e condições de boas de estabilidade vital da criança.

Esta transição trazia sentimentos de vitória e muita alegria. Contudo, como ocorria com uma criança de cada vez, somente com a saída da última, conseguíamos ficar plenamente contentes.

Do mesmo modo que a saída da UTI, a liberação da UCIN para o quarto também foi momento muito esperado e concluído apenas com a chegada do Arthur, o último a vir para o quarto. Ele teve, durante sua estadia na UCIN, dois retrocessos (retorno à UTI), devido as instabilidades respiratórias consequentes de uma infecção, que foi descoberta precocemente e tratada de modo eficaz. Foram momentos de bastante aflição e orações.

No quarto, ainda com sondas e monitoração de frequência cardíaca e de saturação de oxigênio, iniciamos a rotina de trocas de fraldas e alimentação das crianças, com intervalos inadiáveis de 3 horas, sempre sob orientação da incansável doutora Ana Beatriz (pediatra). Esta fase está sendo extremamente bacana, e apesar do esgotamento físico e mental, nos sentimos pais de verdade, responsáveis pela sobrevivência e bem-estar das crianças.


Foto: Divulgação

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