Por onde anda o maior recordista de Ribeirão Preto?

Por onde anda o maior recordista de Ribeirão Preto?

Ele é piloto, paraquedista, atirador, cabeleireiro, fotógrafo e formado em mais de 300 cursos; Você se lembra do Gilberto Cruz?

“Se eu consegui, você também pode”. É com essa frase que Gilberto Cruz, maior recordista nacional, finalizou sua entrevista concedida ao Portal Revide. O homem de 53 anos é conhecido por ser uma lenda nos recordes mundiais.

Com uma história de superação e vontade, Cruz revela que a vontade de quebrar recordes está em seu sangue desde a sua primeira respiração. “Meu pai era marginal e minha mãe deficiente. Até meus 14 anos, vivi na rua pedindo comida e esmola. A partir deste momento, o esporte me salvou. Foi nas artes marciais que eu descobri disciplina, concentração e muitas outras coisas, depois disso minha história ficou inesquecível”, relembra.

Cruz conta que as histórias inesquecíveis só foram possíveis graças a um determinado período em que ele teve de escolher qual seria seu futuro. “Por conta disso, comecei fazer alguns cursos e ocupar minha carência que é a falta de pais. Até que chegou um momento, quando tinha 48 cursos, e pensei, talvez este seja o caminho para meu reconhecimento. Isso tudo por que eu tinha tempo e não tinha orientação, essa foi sempre uma forma minha de não entrar nas drogas ou cair no alcoolismo. Dou diversas palestras de superação neste assunto”, afirma.

“Meu primeiro recorde veio com a formação dos 304 cursos. Sou piloto, paraquedista, atirador, cabeleireiro, fotógrafo e muito mais. Como faço necropsia percebo que desta vida não levamos nada, o que você leva é experiência e o que você deixa é o exemplo. Já há 16 anos na área, quando bati o meu primeiro recorde, que era a quantidade de cursos, escutei um conselho do meu professor e decidi fazer mais coisas. Nesse momento me baseei no filme 007 como ícone para ser minha referência”, ressalta o recordista.

Com personalidade obstinada, ele prova que a vida o fez assim e os recordes são conquistados desta maneira. “Não me importa as dificuldades que passarei, mas vou conseguir me levantar. Tenho três recordes inesquecíveis. O primeiro são os 10 dias debaixo da água em que eu saía apenas 10 minutos a cada 24h. Esse recorde foi quebrado em São Paulo em uma antiga boate na radial leste. O segundo foi ficar 100 horas acordado em frente ao Theatro Pedro II. Cheguei a delirar e pensar que o Theatro era meu palácio. Talvez o mais cruel e mais conhecido foi na caixa de gelo, este foi emocionante pela quantidade de pessoas nesta praça", recorda.

Para finalizar, o recordista diz que quando olha para trás a sensação que tem é de que sua vida valeu a pena. “O tempo pode passar de qualquer maneira, o dinheiro passa de qualquer jeito, a vida é exatamente como você faz. É preciso ir atrás para que as coisas aconteçam. Hoje tenho a oportunidade de ser conhecido no mundo todo. Sou uma pessoa normal. Penso em bater mais recordes por amor. Sei que poucas pessoas fazem o que eu faço no mundo. ‘Se eu consegui você também pode’, diz.  
 

Foto: Pedro Gomes

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