Projetos incentivam doações de cabelos para a confecção de perucas
As perucas são entregues à pacientes com câncer; há instituições que realizam o corte do cabelo e a fabricação de forma gratuita
A quimioterapia pode causar alguns efeitos colaterais ao corpo. Por conta disso, muitos pacientes com câncer que fazem o uso desse tratamento acabam tendo reações, como mal estar e perda de cabelo.
Devido a isso, muitas pessoas que possuem o cabelo comprido decidem cortar as madeixas para doar à instituições que confeccionam perucas. Essas empresas são responsáveis por repassarem o produto pronto à pacientes com câncer.
A dona de casa Paloma Lima gosta de ajudar o próximo, e viu, na doação de cabelos, uma forma de alegrar uma pessoa. No dia 8 de dezembro, ela foi ao salão de Maria José Carvalho, onde funciona o projeto “Fábrica de Sorrisos”, e cortou os fios para confeccionar uma peruca. “Eu fique bonita por conta do corte, e sei que outra mulher vai se sentir bonita também”, diz a dona de casa.
No salão de Maria José, todas as terças e quintas-feiras, as clientes podem agendar o corte. Depois, ela mesma manda para uma amiga em São Paulo, que confecciona as perucas e devolve para Ribeirão Preto, onde Maria José entrega para alguma paciente.
A cabeleireira também explica um pouco mais sobre o projeto. “Neste ano, eu ainda não cobro pelo corte. A pessoa marca, eu corto e escovo o cabelo. A partir do ano que vem, quero transformar a “Fábrica de Sorrisos” em ONG, para poder crescer com esse projeto. Ai eu vou cobrar um valor mínimo para fazer o serviço”, diz.
A estudante Bruna Xavier já doou duas vezes. Na última, ela entregou aos organizadores do projeto “Perukando”, que confecciona as perucas e entrega ao Hospital do Câncer de Ribeirão Preto. “Eu via pela televisão as crianças com o sonho de ter cabelos, e eu pensei poxa olha o tamanho do meu cabelo. Foi onde eu quis cortar”, completa a jovem.
Tatiana Oliveira é analista financeira e, no ano passado, enfrentou um câncer de mama. Não havia nenhum histórico da doença na família, e por isso, não esperava que, aos 38 anos, teria que enfrentar a doença. Fez quimioterapia, retirou a mama esquerda e fez esvaziamento da axila.
Depois de duas semanas de quimioterapia, viu seus cabelos caírem. “Não queria que as pessoas soubessem que eu estava com aquela enfermidade. Foi por vergonha. Eu descobri um projeto que fazia a distribuição gratuita de perucas. Peguei a minha, mas me prometi que devolveria quando meus cabelos voltassem a crescer”, conta Tatiana ao se lembrar da época em que descobriu a doença.
Além do projeto Perukando e da Fábrica de Sorrisos, o Hospital do Câncer também recebe os fios de cabelo. Para isso, é necessário fazer um corte de pelo menos 10 cm de fios em qualquer cabelereiro e levar até a Rua Octávio Martins Braga, 50.
Os interessados em doar podem entrar em contato pela as redes sociais da Fábrica de Sorrisos, do Perukando ou do Hospital do Câncer de Ribeirão para ter mais informações.
Fotos: Pixabay/ Arquivos pessoais
