Superação: 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
Frequentadores do Centro da cidade compartilham suas histórias

Superação: 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Pessoas que vivem com limitações físicas compartilham suas histórias e rotinas no Centro de Ribeirão Preto

Instituído pela Organização das Nações Unidas em 1992, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é celebrado todo ano em 3 de dezembro, para incentivar a discussão e a conscientização da sociedade aos direitos dos deficientes, em busca de igualdade e inclusão social.

De acordo com o Censo de 2010, 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência no Brasil, praticamente um quarto de toda a população.

Rex Ruber tem 61 anos e nasceu em Goiás. Construiu sua família ao se mudar para Ribeirão Preto em 1979, onde teve seus três filhos. Ex-advogado, retornou às terras goianas após mais de uma década, mas decidiu voltar para o interior de São Paulo há dois anos para ficar próximo de seus filhos.

Ele teve sua perna amputada há 16 meses e, desde então, vive no centro de Ribeirão Preto com sua cadeira motorizada, graças a uma doação feita à sua filha. “Se tivéssemos que comprar, a cadeira nos custaria em torno de R$ 12 mil. Sou muito privilegiado, usei a cadeira manual por um tempo e era muito desgastante”, explica Ruber. Ele diz que está sempre acompanhado de seu carregador de bateria portátil, pois uma delas dura por volta de duas horas.

O ex-advogado costuma passear todos os dias pelas ruas do Centro. Apesar de fazer duras críticas às rampas e acessos a certos estabelecimentos como bancos, lojas e restaurantes, ele elogia o trabalho feito para os deficientes em volta do Calçadão da Praça XV de Novembro. “É o melhor lugar na cidade que a gente tem acessibilidade, são uns seis quarteirões excelentes para nós”.

Outro a frequentar as ruas do Centro de Ribeirão Preto é Carlos Roberto Silva. Autônomo, Carlos tem 28 anos e é deficiente físico desde os 10 anos de idade. Morador do bairro Campos Elíseos, ele diz ser um atleta por conseguir se locomover em sua cadeira de rodas manual por si só.

“Eu me esforço bastante diariamente, existem rampas que exigem maior força para subir, até preciso empinar minha cadeira às vezes”, comenta Carlos. Ele também cita os problemas de acessibilidade existentes na cidade, explicando que precisa trocar o rolamento de seu equipamento de dois em dois meses.

“Há lugares excelentes, como aqui perto no Calçadão e lá para a Avenida Saudade e na São Paulo, mas no geral ainda está longe de ser o ideal para a gente”, ele conclui.


Foto: Amanda Bueno

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