Uma relação de amor e ódio com o WhatsApp

Uma relação de amor e ódio com o WhatsApp

Portal Revide conversou com quem ama e com quem quer distância do aplicativo

Se você pretende contratar os serviços da fotógrafa Fabiola Medeiros, 40 anos, envie um e-mail, mande inbox em sua fanpage, só para clientes novos, ou ligue. Essas são as opções oferecidas pela profissional, que por conta da falta de educação de muitos usuários do WhatsApp, deixou de usar o aplicativo desde 2014.

A fotógrafa relata que algumas pessoas acabavam mandando mensagens a qualquer hora do dia ou da noite exigindo respostas imediatas, e isso acabava causando constrangimento para ela e para os que não recebiam a resposta desejada. “Muitas vezes, as pessoas insistiam em obter respostas imediatas durante a cobertura de um casamento que eu estava fazendo, e como não era possível responder, as pessoas acabavam me xingando”, explica.

Após receber várias respostas malcriadas, Fabiola resolveu parar de usar o aplicativo de vez. “Como eu passava a maioria dos meus dias justificando o porquê de eu não responder, isso acabou passando a ser prejudicial. Ao invés de me trazer novos clientes, acabavam afastando eles”, afirma.

Ao contrário da fotógrafa, a estudante Giovanna Romero, 19 anos, não consegue viver sem o aplicativo. “Ele me ajuda a me comunicar com os meus amigos e minha família. As 24 horas que fiquei sem ele foi difícil, acabou dificultando o modo de falar com as pessoas. Em meio as urgências do dia, tive que procurar outros meios para resolvê-los”, explica  a jovem.

A jovem acha que o aplicativo tem a facilidade de aproximar as pessoas e resolver as coisas de forma prática e rápida. “Eu sempre utilizo o aplicativo para me comunicar com os amigos que moram longe, para resolver problemas do meu serviço e também falar com os meus familiares”, afirma.

Giovanna comenta que o contato que ela tem com pessoas que estão longe é quase real. “Uso o aplicativo para falar com a minha prima que está na Dinamarca, o WhatsApp possibilita eu  me sentir mais próxima dela e torna o contato  quase real”, finaliza.

Já o professor e produtor rural Roberto Tofeti, 50 anos, usa o aplicativo, mas se incomoda com algumas coisas que ele causa. “O que mais me incomoda é que o aplicativo permite as pessoas saibam o exato momento que as mensagens são lidas ou ouvidas. Isso acaba gerando uma ansiedade para que se tenha o retorno das mesmas”, explica Tofeti.

Além disso, o professor também fica incomodado com o fato de as pessoas deixarem de interagir pessoalmente por conta do aplicativo. “Me incomoda muito também o barulho de quando chegam as mensagens e que as pessoas mesmo estando em um grupo de amigos ou familiares, deixem de conversar ou interagir entre si para ficarem olhando e digitando”, comenta.

Tofeti afirma que o aplicativo pode ser muito útil se for usado adequadamente, porém viveria muito bem sem ele.



Fotos: Arquivo pessoal

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