Violência familiar ainda é um dos maiores problemas entre homossexuais

Violência familiar ainda é um dos maiores problemas entre homossexuais

Pesquisadora da USP de Ribeirão reuniu depoimentos de jovens que sofreram com a homofobia

A má relação com a família foi um dos temas mais recorrentes entre os homossexuais, na pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, realizada pela terapeuta ocupacional Iara Falleiros Braga.

A pesquisa, que faz parte da tese de doutorado da terapeuta, foi feita a partir de entrevistas com 12 jovens e adolescentes ribeirãopretanos, com idade entre 14 e 24 anos, que passaram por algum tipo de violência. Segundo Iara, o método utilizado para a pesquisa é conhecido como “Bola de Neve”, no qual cada entrevistado indica outro, aumentando, assim, a rede de pesquisa espontaneamente. 

Segundo os relatos, diante da revelação da homossexualidade, as famílias apresentaram reações violentas. Tanto controlando a vida social dos filhos, forçando um comportamento heterossexual e, em casos mais extremos, agindo com violência física. Em algumas situações, a família expulsava o filho de casa, ou ele mesmo decidia sair por conta da pressão sofrida.

De acordo com a pesquisadora, outro problema enfrentado por esses jovens é a falta de amparo adequado da rede de serviços públicos. Ela ressalta que muitas vezes, falta conhecimento por parte de um agente de segurança ou de saúde, por exemplo, no trato com uma vitima de homofobia. “A gente ainda não tem a criminalização da homofobia, por isso, muitas vezes, esses crimes são registrados como crimes comuns. Acredito que a saída para isso seja a desconstrução dessa postura heteronormativa por parte dos agentes de segurança, professores e, principalmente, da família”, analisa Iara.

De todo modo, a terapeuta aconselha os jovens que sofreram qualquer tipo de homofobia, compartilhar o ocorrido. Seja com amigos, autoridades, ou ligar no Disk 100 dos Direitos Humanos.


Foto: Pixabay

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