Casos de síndrome respiratória aguda grave voltam a subir no país

Casos de síndrome respiratória aguda grave voltam a subir no país

Casos podem estar relacionados à disseminação da variante Delta da Covid-19

Uma interrupção de queda e possível retomada no número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) foi apontada na última edição do boletim InfoGripe, editado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A SRAG muitas vezes pode indicar casos de covid-19, que atualmente é a doença respiratória prevalente no país.

Divulgado nessa quarta-feira, 18, o boletim informa que quatro das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, nas últimas seis semanas: Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Apenas cinco apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo: Alagoas, Mato Grosso, Paraíba, Roraima e Tocantins.

No caso da Paraíba, observa-se sinal de crescimento na tendência de curto prazo, nas últimas três semanas, indicando possível interrupção na tendência de queda, sinal que também está presente em mais 10 estados.

O indicador de transmissão comunitária revela que, além dos sinais claros de interrupção de queda e princípio de crescimento em diversos locais, os valores semanais continuam elevados. Todos os estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que nove estados e o Distrito Federal contam com macrorregiões em nível extremamente elevado.

“Isso evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão e proteção à vida”, alertou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Gomes alertou para a importância de manter cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.

O pesquisador ressaltou que é necessário também reavaliar as medidas de flexibilização já implementadas nos estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados.

Ribeirão Preto

O Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto tem casos suspeitos de reinfecção pela Covid-19 causada pela variante Delta. Em um vídeo interno direcionado para funcionários o superintendente do hospital, Benedito Maciel, alertou sobre a situação.

"Se por um lado temos observado nas últimas semanas no Brasil dados animadores de redução de casos e óbitos, verificamos com preocupação a progressiva disseminação da variante Delta do Coronavírus que em outros países tem provocado um aumento da transmissão do vírus, com todas as graves consequências já amplamente conhecidas", ressaltou Maciel.

A variante Delta da Covid-19 apresenta a mesma forma de transmissão que as outras variantes do vírus. Dessa forma, a importância das medidas protetivas como, uso de máscara, distanciamento social e lavagem frequente das mãos se mantém.

Nesta semana, a região de Ribeirão Preto confirmou o primeiro caso da variante. De acordo com informações da Secretaria Municipal da Saúde, a paciente diagnosticada com a variante é residente de Serrana, mas atua como profissional da saúde em Ribeirão Preto.  

"Quando diagnosticada, foi imediatamente desenvolvido todo o trabalho de vigilância, com investigação e bloqueio do caso, sendo que até o momento, não houve nenhum relato de que os contactantes de Ribeirão Preto com a mesma apresentaram sintomas da doença", informou a Secretaria.


Foto: Ricardo Wolffenbuttel

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