Clínicas particulares de Ribeirão registram alta procura por vacina contra a Covid-19

Clínicas particulares de Ribeirão registram alta procura por vacina contra a Covid-19

Enquanto plano de imunização municipal é aplicado em grupos prioritários, associação nacional das clínicas de vacina espera por aprovação de vacina indiana

Com o início do plano de imunização da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão, no dia 19 de janeiro, entre o grupo prioritário dos profissionais da saúde, a procura da população pela vacina nas clínicas particulares explodiu nos últimos dias na cidade.

Médicos responsáveis por clínicas de Ribeirão ouvidos pelo Portal Revide confirmaram a alta nesse interesse, mas reforçaram que ainda não há possibilidade de aplicação de doses no sistema particular, tendo em vista que as vacinas aprovadas foram para uso emergencial no sistema público de saúde, e que ainda não há prazo para que isso ocorra. 

Enquanto isso, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) aguarda a aprovação pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) para o uso da vacina indiana produzida pela farmacêutica Bharat Biotech. Segundo nota do presidente da entidade, publicada no site oficial da ABCVAC, “findado o processo de registro definitivo da Covaxin no Brasil, as clínicas particulares poderão adquirir doses para ofertar ao seu público”.

Membros da ABCVAC estiveram na Índia nos dias 7 e 8 de janeiro para conhecer o processo de produção da Covaxin e negociam a compra do imunizante pelas clínicas particulares do Brasil. Mas, ainda não há previsão de aprovação da Anvisa e nem da chegada das doses ao País.

Interesse do público

Com o assunto em alta, ainda há polêmicas e divergências quanto ao uso de vacinas em clínicas particulares. Mas, a alta na procura por doses que possam ser compradas em Ribeirão é certa. 

O médico Marcelo Roveri, da clínica Prontovacin, relatou que há a procura, de todas as faixas etárias, pela vacina.

Ele disse que a clínica não está fazendo “fila” ou cadastramento de clientes, pois ainda não há aprovação do imunizante para uso particular, mas relata que entre são entre 5 a 10 mil pessoas em busca da vacina.

Além disso, Marcelo comentou sobre a forma que a clínica pensa em adquiri-las, “Serão adquiridas por meio de um distribuidor de medicamentos que já está efetivando os tramites legais; daí compraremos direto deste distribuidor, claro, após a liberação da Anvisa”. Ele afirmou ainda que estão dependendo bastante das orientações dos órgãos reguladores para a distribuição da Covaxin. “Dependerá de uma orientação de órgãos reguladores; mas a princípio esperamos que seja aberto ao público em geral, principalmente aos que não constam dos grupos incluídos na vacinação”.

Para o médico Eder Minari, da Vaciclínica, o cenário atual não é propício para a comercialização de vacinas. Ele afirma que todas as que são licenciadas até aqui são para o uso emergencial e que não há nenhuma permitida no mundo, para a venda, até que as regras sejam mudadas.

Ele também relatou que há uma procura muito grande de vacinas pelos clientes da clínica, mas que a fim de tranquilizá-los, eles estão atualizando os cadastros para que cada um possa ser avisado caso haja algo concreto sobre as vacinas contra a Covid-19 na rede particular.

“Neste momento é prematuro qualquer previsão em relação a datas, preços, indicação por grupo prioritário”, conta.

“As vacinas desejadas pelas clínicas particulares são reservas dos laboratórios que são destinadas a comercialização e não competem e sim somariam com os esforços do governo. Aí entra o dilema ético e moral, como oferecer vacinas para quem pode pagar enquanto há falta do produto para grupos de alto risco?  As possibilidades que vejo neste sentido são; uma vez atendido o grupo prioritário ou uma maior oferta do produto para saúde pública, que essas vacinas venham para somar esforços e seguindo o mesmo cronograma do PNI, Programa Nacional de Imunizações”, completou.

*Texto: Marissa Mendonça

 


Foto: Pixabay (foto ilustrativa)

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