Coronavac é segura para imunização contra a Covid-19 em crianças, afirma Butantan
Instituto aguarda aprovação da Anvisa para aplicação da vacina nas faixas etárias de três a 17 anos

Coronavac é segura para imunização contra a Covid-19 em crianças, afirma Butantan

Já foram aplicadas 100 milhões de doses em crianças na China, África do Sul, Quênia, Malásia e Filipinas

A vacina Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac, é segura e eficaz para a imunização contra a Covid-19 e variantes em crianças. Segundo a análise de especialistas nacionais e internacionais, o imunizante tem apresentado eficácia na proteção em idosos e adultos, assim como na população pediátrica em outros países como a China, África do Sul, Quênia, Malásia e Filipinas, em que 100 milhões de doses já foram aplicadas.

De acordo com Eloisa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), todas as vacinas causam mais efeitos benéficos do que adversidades, que na maioria das vezes, são apenas reações leves como dor passageira no local da aplicação. “A CoronaVac seria uma ótima opção para a população pediátrica.”

Boa parte das vacinas já usadas nas campanhas de vacinação infantis têm como plataforma a inativação do vírus, técnica também utilizada na vacina do Instituto Butantan. “São bastante seguras, com uma larga experiência, de décadas.” Ele salienta que as crianças precisam ser imunizadas porque, desde o início da pandemia, a Covid-19 já matou mais do que todas as outras doenças infecciosas do calendário de vacinação infantil – 2.400 mortes na faixa etária abaixo de 19 anos, sendo a maioria delas sem comorbidades", frisa o infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Na Colômbia, foram aprovadas as aplicações da vacina nas faixas etárias de três a 11 anos. Enquanto na China, o imunizante está sendo aplicado em crianças maiores de três anos desde outubro.

Para o infectologista Alexis Kalergis, professor titular e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Chile, as famílias não precisam se preocupar já que há muitos estudos que comprovam a segurança e a imunogenicidade da vacina em crianças. No Chile, a aplicação infantil de três a seis anos começou no início de dezembro. A vacinação é a única maneira de evitar as complicações da doença, como a síndrome inflamatória multissistêmica, como ressalta o pesquisador.

“As dúvidas dos pais são legítimas, são vírus novos e foram desenvolvidas vacinas em tempo bastante curto, comparado ao que conhecíamos anteriormente. No entanto, é importante lembrar que todo o desenvolvimento se realizou com base na regulação”.

Segundo o Butantan, 12 milhões de doses de CoronaVac foram reservadas para a população pediátrica. O Instituto encaminhou um pedido de avaliação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que, no Brasil, a vacina tenha a autorização para ser aplicada na faixa etária de três a 17 anos. A Agência tem 30 dias para responder à análise.


Imagem: Freepik

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