Coronavac tem eficácia de até 77% contra casos graves da variante Delta, apontam estudos

Coronavac tem eficácia de até 77% contra casos graves da variante Delta, apontam estudos

Estudo fpublicado na revista Lancet mostra que a Vacina do Butantan é eficaz contra pneumonias decorrentes dessa variante

Um estudo feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da província de Cantão (Guangdong), na China, demonstrou que a Coronavac tem uma proteção de até 77% contra o desenvolvimento de casos graves de Covid-19 causados pela variante delta do SARS-CoV-2.

“Esse é a conclusão do primeiro estudo publicado sobre a eficácia da Coronavac, vacina do Butantan e da biofarmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, na prevenção de pneumonias e casos graves causados pela variante delta”, disse o governador João Doria (PSDB).

As descobertas estão no artigo “Effectiveness of Inactivated Coid-19 Vaccines Against Covid-19 Pneumonia and Severe Illness Caused by the B.1.617.2 (Delta) Variant: Evidence from an Outbreak in Guangdong, China”, publicado em uma plataforma vinculada à revista The Lancet, uma das mais importantes publicações médicas do mundo.

Os pesquisadores concluíram que a imunização total com duas doses variou entre 69,5% e 77%  de eficácia para prevenir pneumonia, um dos desdobramentos mais graves da Covid-19. Entre os não vacinados, houve 85 casos (1,44%); entre os vacinados com uma dose, 12 casos (1,42%); e entre os vacinados com duas doses, cinco casos (0,35%).

Além disso, não foram registrados casos críticos entre os vacinados, indicando que os imunizantes analisados têm 100% de eficácia contra o desenvolvimento de casos graves de Covid-19 causados pela variante delta – entre os não vacinados, houve 19 casos graves ou críticos.

O estudo envolveu 10.813 pessoas e foi realizado em maio e junho de 2021, durante um surto da variante delta. Com exceção do grupo controle, os participantes haviam sido vacinados com uma das quatro vacinas de vírus inativado autorizadas para uso emergencial na China – a vacina da Sinovac (que no Brasil é chamada Coronavac), as vacinas HB02 e WIV04, da Sinopharm, e a BICV, da Biokangtai.

Dos quase 11 mil voluntários, 5.888 (54,45%) não foram vacinados, 3.130 tomaram a primeira dose e 1.795 tomaram as duas doses. Entre os participantes que tomaram a primeira dose, 48,57% (2.392 pessoas) foram imunizadas com a vacina da Sinovac; entre os que receberam as duas doses, o indicador foi de 58,28% (1.046 pessoas).

O estudo foi feito com pessoas não vacinadas e vacinadas com uma ou duas doses porque quando o surto da variante delta começou em Cantão, a imunização em massa ainda estava em andamento. Para a análise, os pesquisadores usaram dados de vigilância sanitária e de vacinação.

“A vacina dada em duas doses tem uma efetividade que varia entre 69% a 77% em relação à proteção de pneumonia, que é o quadro mais grave. Isso é uma boa notícia, um dos primeiros estudos do que chamamos de mundo real, demonstrando a efetivamente da Coronavac contra a variante delta”, reforçou o Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Variante Delta 

A variante delta do SARS-CoV-2 (B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020, está sendo responsável pelo aumento do número de casos de Covid-19, inclusive em países onde a pandemia parecia controlada, como Israel e Reino Unido, devido à sua grande capacidade de transmissão. Cada indivíduo infectado com a variante delta pode transmitir o vírus para outras quatro a sete pessoas – ou seja, ela é 50% a 100% mais transmissível do que as demais cepas do SARS-CoV-2.

Ribeirão Preto

O Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto tem casos suspeitos de reinfecção pela Covid-19 causada pela variante Delta. Em um vídeo interno direcionado para funcionários o superintendente do hospital, Benedito Maciel, alertou sobre a situação.

"Se por um lado temos observado nas últimas semanas no Brasil dados animadores de redução de casos e óbitos, verificamos com preocupação a progressiva disseminação da variante Delta do Coronavírus que em outros países tem provocado um aumento da transmissão do vírus, com todas as graves consequências já amplamente conhecidas", ressaltou Maciel.

Nesta semana, a região de Ribeirão Preto confirmou o primeiro caso da variante. De acordo com informações da Secretaria Municipal da Saúde, a paciente diagnosticada com a variante é residente de Serrana, mas atua como profissional da saúde em Ribeirão Preto.  

"Quando diagnosticada, foi imediatamente desenvolvido todo o trabalho de vigilância, com investigação e bloqueio do caso, sendo que até o momento, não houve nenhum relato de que os contactantes de Ribeirão Preto com a mesma apresentaram sintomas da doença", informou a Secretaria.

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* Com informações do Governo do Estado de São Paulo 


Foto: Governo do Estado de São Paulo

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