Efeito adverso em voluntário da Coronavac não teve relação com vacina, diz Butantan

Efeito adverso em voluntário da Coronavac não teve relação com vacina, diz Butantan

Avisa foi notificada sobre o caso na sexta-feira, 6; governo do estado espera retomar testes até amanhã

O Instituto Butantan afirmou, na manhã desta terça-feira, 10, que o efeito adverso grave observado em um dos voluntários do estudo da Coronavac não teve relação com a vacina. Uma coletiva de imprensa foi convocada após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, em nota, que suspendeu os estudos clínicos da vacina Coronavac, que também é testada em 500 voluntários em Ribeirão Preto. Ao todo, são 10 mil pessoas que participam do estudo.  

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, e o secretário executivo do Comitê de Contingenciamento, João Gabardo, se disseram surpresos, constrangidos e até indignados com a notícia da suspensão, que chegou na noite desta segunda-feira, 9. Segundo eles, a Anvisa foi avisada sobre o caso na sexta-feira, 6. O evento ocorreu no dia 29 de outubro. 

"Quando fazemos um teste clínico, são esperadas reações adversas e efeitos adversos, e é importante fazer essa distinção. Não tivemos nenhuma reação adversa grave, que é aquela que tem relação direta com a vacina. Já o evento adverso é algo que acontece e que não tem relação com a vacina, que foi o caso", disse Dimas, que ainda afirmou que não havia divulgado amplamente esse evento justamente por não ter relação com a vacina. Segundo ele, foi criada uma polêmica com o tema. "Esperamos que os testes sejam retomados entre hoje e amanhã", disse o diretor do instituto, reafirmando que a Coronavac é a vacina mais segura em teste hoje no Brasil. "Do ponto de vista clínico, é impossível que o evento tenha relação com a vacina."

Dimas não confirmou se esse evento adverso grave foi realmente um óbito, por conta da ética das pesquisas, mas esclareceu que ocorreu 25 dias após o voluntário receber a dose, só que ainda não se sabe se foi aplicada realmente a vacina ou o placebo no paciente. O diretor esclareceu que todas as informações sobre o efeito adverso foram fornecidas à Anvisa. 

A Anvisa também deve dar uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 10, para esclarecer a interrupção dos testes. 


Foto: Reprodução Youtube / Governo de São Paulo

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