Entenda porque não são divulgados números de curados da Covid-19 em Ribeirão Preto

Entenda porque não são divulgados números de curados da Covid-19 em Ribeirão Preto

Secretário municipal de Saúde explicou que não é possível chegar a quantidade exata de curados

Durante coletiva realizada tarde desta quarta-feira, 6, para a divulgação do balanço da pesquisa realizada para mapear o coronavírus em Ribeirão Preto, o secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, explicou porque não são divulgados os números de pessoas curadas do coronavírus no município.

Primeiro, há uma diferença entre um paciente que recebeu alta e um paciente que não possuí mais o vírus no organismo. Mesmo os pacientes que saíram da internação e estão em casa, continuam em quarentena por mais 14 dias.

"O que você considera um curado? É aquele que não tem mais o vírus? Então, teríamos que ficar testando a pessoa até desaparecer o vírus. [...] São realizados testes em hospitais públicos, em hospitais privados e em clínicas, às vezes, a pessoa testa positivo, mas vai para casa depois. É um número muito difícil de se conseguir", comentou Scarpelini. Segundo orientação do Governo Federal, são testados apenas os pacientes que precisam ser internados. 

Além desse fator, Scarpelini também citou uma fala do secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira. "É impossível termos um número preciso de cura, porque cura é quem não evoluiu para o óbito. Se eu peguei coronavírus e não evolui para o óbito, eu evolui para a cura, porque essa não é uma doença crônica, ela é uma doença aguda. [...] O número de curados é imensamente maior do que o número de pessoas que evoluem para casos graves, não tenham dúvida disso”, declarou Oliveira.

A fala do secretário nacional obteve respaldo em estudo feito pelo Hospital das Clínicas em parceria com a Prefeitura de Ribeirão Preto. Os pesquisadores sortearam as 709 residências em todo município para a realização do experimento. Foram colhidos a secreção nasal, que constatava a existência do vírus no momento, e um exame de sangue para a amostragem de anticorpos, ou seja, revelava se a pessoa já havia contraído o vírus. 

Das 709 pessoas testadas, 11 testaram positivo. Sendo 10 pelo exame de sangue, ou seja, já haviam contraído a doença e se curado, e uma pessoa pelo exame de secreção nasal. Nesse último caso, toda a família foi orientada a permanecer em isolamento social e o paciente segue em observação. 

"Essas 10 pessoas do teste já haviam se curado e a gente nem soube que elas ficaram doentes. E dessas 8 mil que projetamos, nós diagnosticamos apenas 300", disse Scarpelini.

De acordo com o secretário de Saúde, até a última terça-feira, 5, Ribeirão Preto possuía 40 pacientes internados em leitos de Centro de Terapia Intensiva (CTI), sendo 18 confirmados e 22 suspeitos. Com isso, restam 60 leitos de CTI disponíveis. Além deles, também estão internados 32 pacientes em leitos de enfermagem. Sendo, 20 com suspeita e 12 confirmados. Restando ainda 130 leitos de enfermagem disponíveis. 

"Não quer dizer que nós não queremos divulgar esses números, mas é porque nós não temos eles. Desses 300 confirmados, tirando os que estão internados, podemos considerar que os outros estão curados. Esse é o melhor número que podemos passar para a população", concluiu Scarpelini.

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Imagem: Revide

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