Estudo irá avaliar impactos da vacinação na redução de casos de Covid-19 em Ribeirão Preto
Diferente de um estudo de eficácia, cientistas irão avaliar a efetividade da vacina; entenda a diferença
Um estudo desenvolvido por pesquisadores brasileiros vai analisar a efetividade das vacinas Coronavac e Astrazeneca contra a Covid-19 entre os moradores de Ribeirão Preto que tiveram suspeita da doença e buscaram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
A pesquisa conduzida pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e pelo Instituto de Medicina Tropical, ambos da USP; e pela Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto foi apresentada na manhã desta sexta-feira, 25, em uma coletiva de imprensa na FMRP.
De acordo com o professor, médico e diretor do Instituto de Pesquisa, Inovação Tecnológica e Educação da Santa Casa de São Paulo, a ideia dessa pesquisa surgiu da necessidade de avaliar o impacto das vacinas nas campanhas que foram feitas em relação a Covid-19.
“O quanto de fato que as vacinas agem na população protegendo, diminuindo os casos mórbidos ou mais graves, diminuído a ocorrência de casos, a ocorrência de pessoas que possam transmitir a doença”, explica.
Eficácia x efetividade
Diferentemente da eficácia da vacina, ou seja, estudos clínicos comparando um grupo de voluntários que receberam a vacina com outro grupo que recebeu um placebo, em condições ideais, Carrara explica que, no caso da efetividade, é estudado o que acontece depois da vacinação já ter sido iniciada.
A efetividade irá mostrar se a vacina funciona bem ou não em condições reais, fora de um estudo clínico. Dessa forma, a pesquisa ajudará a entender o quanto as vacinas ajudaram na redução dos casos.
Papel de população
A estimativa é que participem 2,4 mil voluntários, com 18 anos ou mais, que tiveram sintomas respiratórios e que foram atendidos em alguma unidade de saúde de Ribeirão Preto.
O grupo de pesquisadores entrará em contato com a população pelo telefone que foi fornecido durante o atendimento na unidade e a pessoa contatada pode aceitar ou recusar participar do estudo.
Caso os pesquisadores não consigam falar por telefone com os cidadãos selecionados, eles irão no endereço cadastrado oferecer a vaga na pesquisa. Todos os pesquisadores estarão identificados com o nome e logotipo do projeto no crachá, camiseta e veículo utilizado.
“Se a pessoa disser que não quer participar, sua decisão será respeitada e nenhum de seus dados serão usados. Se aceitar, não passará por nenhum tipo de exame e apenas responderá perguntas sobre a vacinação e os sintomas e complicações relacionados à Covid-19 e, quando os resultados da pesquisa forem divulgados, nenhuma pessoa participante será identificada, de forma que a participação é confidencial”, informa o professor doutor Edson Zangiacomi Martinez, também da FMRP, porta-voz presente na coletiva.
Além disso, o Secretário da Saúde de Ribeirão, José Carlos Moura, também presente na apresentação da pesquisa, afirma que está muito satisfeito e apoia esse trabalho e que a disponibilização dos dados será feita dentro dos critérios legais.
“Sabendo que essa pesquisa tem um caráter voluntário, não há obrigatoriedade de que as pessoas participem, isso é de cada um. A gente imagina que com certeza haverá uma grande participação da população que poderá realmente contribuir”, declarou.
Foto: Susanna Nazar